DEFINIÇÃO. A Patinação Artística é um esporte em que indivíduos, duplas ou grupos
realizam performances artísticas, envolvendo dança, saltos, giros e
levantamentos, em patins apropriados no gelo. As quatro disciplinas olímpicas
são a siputa individual feminina, a masculina, a dupla mista e a dupla mista na
dança. Nas grandes competições internacionais os patinadores geralmente atuam
em dois programas, um curto e outro longo, que dependendo da disciplina podem
incluir giros, saltos, movimentos pelo rinque, levantamentos, saltos com
lançamentos, espirais da morte, e outros elementos ou movimentos. O esporte
também é associado com apresentações em shows e espetáculos e as grandes
competições geralmente são concluídas com exibições de gala, em que os
patinadores de cada disciplina realizam apresentações diferentes dos programas
competitivos. Muitos patinaores, durante sua carreira competitiva e mesmo após
ela também patinam em shows realizados no gelo durante a temporada competitiva
e fora dela.
ORIGEM.
A Patinação Artística, em seu formato atual, originou-se na metade do Século
19. O inglês Robert Jones publicou o primeiro documento relacionado com a
patinação artpistica, chamado “A Treatise on Skating” em 1772. As competições
eram realizadas no estilo inglês de patinar que era rígida e formal. O
patinador norte-americano Jackson Haines, considerado o pai da patinação
artística moderna, introduziu um novo estilo de patinar no meio dos anos 1860.
Este estilo, que incorporou técnicas livres e expressivas, tornou-se conhecido
como o “estilo internacional”. Embora popular na Europa, o estilo de Haines não
foi largamente adotado nos EUA até bem depois de sua morte. No fim do Século
19, foi fundada a União Internacional de Patinação (1892) , realizado o
primeiro campeonato europeu (1891) e o primeiro campeonato mundial (1896). Em
1902, a britânica Madge Syers ingressou numa competição mundial pela primeira
vez e se tornou a primeira mulher a realizar tal façanha. Rapidamente a União
Internacional impediu as mulheres de competirem contra os homens e criaram uma
competição apenas para elas a partir de 1906. Já a competição de duplas mistas
passou a ser disputada em 1908, mesmo ano em que a modalidade Patinação
Artística foi disputada pela primeira vez em Jogos Olímpicos, em Londres, Reino
Unido. Nos anos 1920 e 1930, a norueguesa Sonja Henie apresentou um grande
domínio e soube tira proveito financeiro de seu sucesso seguindo uma carreita
profissional como estrela de cinema e patinadora de apresentações. Além disso,
Henie influenciou a forma de se vestir das demais patinadoras por vestir saias
curtas e botas brancas. Antes dela, as patinadoras competiam de vestido longo.
Após a Segunda Guerra Mundial, com os rinques europeus em ruínas, os
patinadores dos EUA e do Canadá passaram a dominar o cenário internacional.
Posteriormente, nos anos 60, os competidores da União Soviética passaram a se
destacar, principalmente na disputa de duplas. Atualmente, além de europeus e
norte-americanos, patinadores asiáticos começaram a se destacar e a conquistar
medalhas olímpicas de ouro, principalmente em competições de duplas e na
feminina.
A televisão contribuiu com a
popularidade da Patinação Artística, mostrando patinadores em beijos e choros
após as competições. Isso também influenciou a União Internacional a remover as
restritivas regras amadoras que governavam o esporte. Em 1990, a União
Internacional decidiu permitir que todos os patinadores na condição de
profissionais pudessem retornar às suas competições. Mais ainda, a partir de
1995, introduziu prêmios em dinheiro em suas competições para atrair aqueles
que desejavam apenas ficar no circuito profissional.
Nos Jogos Olímpicos de 2014 será
disputado um evento por equipes e cada uma será formada por um patinador
individual, uma patinadora individual, uma dupla e uma dupla de dança. Dez
equipes poderão competir, com 5 sendo eliminadas após o programa curto.
REGRAS.
O rinque de patinação artística, principalmente para as disputas olímpicas,
mede 30m de largura por 60m de comprimento. Não pode ser maior, mas não podem
ser menor do que 56 m por 26m. Para se restaurar a superfície do rinque é
utilizado um veículo chamado Zamoni, desenvolvido por Frank Zamboni em 1949. As
competições olímpicas são: 1) individuais: competições para homens e mulheres,
onde os patinadores individuais executam saltos, giros, sequencias de passos, e
outros elementos em seus programas. 2) duplas: as equipes consistem de um homem
e uma mulher. Os pares realizam elementos específicos para a disciplina, tais
como saltos lançados, em que um homem lança a mulher para um salto;
levantamentos, em que a mulher é mantida acima da cabeça do homem em uma de
vários agarrões e posições; giros em pares, em que ambos os patinadores giram
juntos sobre um eixo comum; espirais da morte; e outros elementos como saltos
lado a lado e giros em união. 3) dança no gelo: consiste de uma dupla formada por um homem e
uma mulher patinando conjuntamente. A dança no gelo difere dos pares por se
focar num intricado trabalho de pés realizados em uma dança próxima, seguindo o
ritmo da música. Os levantamentos na dança no gelo não devem ir acima dos
ombros. 4) Equipe: competição em que cada equipe terá um individuo masculino,
um feminino, uma dupla mista e uma dupla mista de dança e estreiará nos Jogos
de 2014.
Sistema de Julgamento das apresentações: A União Internacional de Patinação adotou um
sistema de julgamento que substituiu o antigo sistema em resposta às
controvérsias geradas nos Jogos Olímpicos de 2002. O novo sistema é mencionado
como Código de Pontos, mas a ISU não utiliza tal expressão em seus documentos
oficiais. De acordo com este sistema, os pontos são concedidos individualmente
para cada elemento de patinação, e a soma destes pontos resulta no placar total
de elementos. Os programas competitivos devem ter um conjunto de número de
elementos. Cada elemento é julgado primeiro por um especialista técnico que
identifica o elemento específio e determina seu valor base. Estes especialistas
utilizam vídeos para verificar coisas que distinguem diferentes elementos, como
por exemplo a exata posição do pé no início e na aterrissagem de um salto. A
decisão do especialista técnico determina o valor base do elemento. Um painel
de 12 árbitros concede uma marca para a qualidade e execução do elemento. Esta
marca é chamada nível de execução e obedece a uma tabela da União Internacional.
O valor é então processado por uma forma aleatória computadorizada que escolhe
9 jurados, descartando o valor mais alto e o mais baixo, e finalmente tirando a
média dos últimos 7 jurados. Este valor médio é então adicionado ou subtraído
do valor base para obter o valor total do elemento.
A pontuação dos componentes do
programa concede pontos para aspectos holísticos de um programa ou outras
nuances que não são premiadas no placar total do elemento. Os componentes são: 1)
Habilidade em Patinar premia o uso das bordas e viradas, fluição sobre a
superfície do gelo, velocidade e aceleração, cobertura do gelo, curvas limpas e
controladas, patinação em direções múltiplas, e a maestria na patinação com um
só pé; 2) Transições; 3) Desempenho e excecução; 4) Coreografia; 5)
Interpretação.
A única exceção é a dança
compulsória, que não possui coreografia ou marcas de transição porque os passos
são pré-estabelecidos. Uma descrição detalhada de cada componente é fornecida
conforme a regra 322.2. Os árbitros concedem para cada componente uma marca
bruta de 0 a 10 em incrementos de 0.25, com a marca 5 sendo definida como
média. Para cada elemento separado, as marcas brutas são então selecionadas,
ajustadas e divididas de forma a determinar um nível de execução. As pontuações
médias aparadas são então traduzidas para uma marca consignada multiplicando
por um fator que dependerá da disciplina, segmento da competição e o nível.
Então, cinco ou quatro marcas onsignadas são adicionadas para resultar no placar
final dos componentes do programa. O placar total dos elementos e o placar dos
componentes do programa são adicionados para determinar o placar total para um
segmento da competição. A colocação final de um patinador é determinada pelo
total de suas pontuações em todos os segmentos de uma competição. Ranqueamentos
ordinais não são utilizados para determinar os resultados finais.
FORMATO DE COMPETIÇÃO. Nas competições individuais e de pares sem
dança, os competidores cumprem dois programas, um programa curto, em que o
patinaor deve completar uma lista de elementos exigidos consistindo de saltos,
giros e passos; e a patinação livre, também conhecida como programa longo, em
que os patinadores possuem uma liberdade maior para escolher os elementos. Os
árbitros no momento do julgamento consideram as apresentações como um todo, ou
seja, o melhor saltador não ficará em primeiro lugar se há outro patinador
melhor do que ele na velocidade, giros, apresentação etc, que poderá somar mais
pontos de diferença do que na execução de saltos. Já as competições de dança
consistem de 3 fases: uma ou mais danças compulsórias, uma dança original com ritmo
de dança de salão que é designado anualmente, e uma dança livre, com múscia da
escolha dos patinadores. Atualmente, a dança original e a compulsória foram
colocadas na dança curta. Então temos duas fases: a dança curta e a dança
livre.
EQUIPAMENTOS. As lâminas dos patins possuem ranhaduras na parte inferior que criam
duas arestas distintas. Na patinação artística o patinador deve patinar sobre
uma extremidade da lâmina e não em ambas ao mesmo tempo, que é referido como uma
borda plana. Dessa forma, o eficiente uso das bordas das lâminas gera maior
velocidade e aparenta um menor esforço e maior deslize no gelo por parte dos
patinadores. Os patins usados na prova individual e na de duplas possuem um
conjunto de dentes grandes e irregulares chamados picaretas dos dedos na frente
da lâmina. Já as lâminas da dança são uma polegada mais curtas na traseira e
possuem picaretas dos dedos menores.
Quanto aos trajes, os
patinadores são livres para escolhê-los, mas devem respeitar algumas
restrições. As mulheres podem usar vestido, tipicamente combinando com peças em
anexo e também podem usar calças, seguindo liberação de 2004. Elas podem vestir
calças legs cor de carne ou collants opacos sob vestidos e saias, que podem se
estender para cobrir seus patins. Os homens devem vestir calças. Nas duplas, as
roupas não precisam ser iguais entre os patinadores. As roupas de competição
variam amplamente, de simples designs a até trajes pesados e também aparados. Os
patinadores arriscam peder pontos se um pedaço de seu traje cai no rinque,
podendo um oficial parar o programa se entender que o mesmo poderá trazer risco
de segurança aos mesmos. Os patinadores e familiares podem projetar suas
próprias roupas, ás vezes com ajuda do treinador e do coreógrafo. As roupas
podem ser caríssimas. A ISU determina que os trajes de competição devam ser
modestos, dignos e apropriados para a competição atlética, não berrantes ou
teatrais. No entanto, podem refletir o caráter da música esclhida. Embora o uso
de tecido que imite a cor da pele possa ser menos revelador do que parece ser, há
várias tentativas de se banir a roupa que dê uma impressão de excessiva nudez ou
que seja de outra forma inapropriada para a competição atlética. Em geral, o
uso de adereços ou acessórios não são permitidos em competição.
MÚSICA.
Para os programas competitivos, os patinadores são geralmente restritos a
música instrumental. A música vocal é permitida somente se ela não contém
líricos ou palavras. A restrição não se aplica aos programas de exibição. A
partir de 1997-1998, a ISU decidiu permitir líricos e palavras na dança no gelo.
O banimento prosseguiu na prova individual e de duplas. Em Junho de 2012 a ISU
decidiu permitir aos patinadores de todas disciplinas escolher músicas com
palavras em seus programas competitivos a partir da temporada 2014-2015. Os
patinadores de dança são obrigados a patinar com uma música com batida ou ritmo
definido. Os patinadores individuais ou de duplas mais frequentemente patinam
com a melodia e o fraseado de sua música. Para o programa longo os patinadores
procuram utilizar músicas com diferentes disposições e tempos.
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