DEFINIÇÃO. A Patinação de Velocidade é uma forma competitiva de patinar no gelo
em que os competidores competem um contra o outro, em patins e distâncias
determinadas. Nos Jogos Olímpicos há duas formas de patinação de velocidade, a
disputada em pista longa, conhecida popularmente como "Speed
Skating", e a em pista curta, conhecida como "Short Track". A
União Internacional de Patinação se refere à patinação em pista longa como
"patinação de velocidade" e à patinação em pista curta como
"Patinação em pista curta".
HISTÓRICO. A origem da Patinação no gelo está na necessidade do homem em transpor
lagos, rios, riachos, canais congelados durante os duríssimos períodos de
rigoroso inverno. Os primeiros patins utilizavam osso polido como forma de
lâmina para deslizar no gelo. Posteriormente, as lâminas passaram a ser feitas
de madeira e finalmente o metal passou a ser utilizado com esta finalidade.
EVOLUÇÃO NO TEMPO
Época
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Fato
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Por volta
do ano 1.000
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Nativos da
Escandinávia, norte da Europa e da Holanda acoplaram ossos aos seus sapatos e
passaram a deslizar sobre rios, canais e lagos congelados, como forma de
transporte
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1592
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Um escocês
desenhou um patim com lâmina de ferro, o que contribuiu para um maior
desenvolvimento da patinação de velocidade
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1642
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A mais
antiga evidência escrita de uma competição esportiva em patins é encontrada
na Escócia, nos registros do clube de Patinação de Edimburgo
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1763
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O registro
mais antigo de competições de patinação de Velocidade, que ocorreram entre
equipes de cidades britânicas
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1801
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Primeira
competições femininas organizadas em Gronningen
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1850
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Na América
do Norte a patinação de Velocidade começa a se popularizar e também ocorre o
desenvolvimento da lâmina de aço, que era mais leve e com melhor formato
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Segunda
Metade do Século 19
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Competições
masculinas de patinação de velocidade se tornaram eventos esportivos
regulares. Os primeiros astros do esporte eram britânicos que competiam em
corridas de apostas e também realizavam exibições profissionais
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1860-1870
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Foram
criados vários clubes de patinação amadora, que acabaram contribuindo para
que se diminuísse a diferença de habilidade entre os patinadores amadores e
os profissionais
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1889
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Organização
do Primeiro Campeonato Mundial, não oficial, em Amsterdã, Holanda
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1892
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Criação da
União Internacional de Patinação, na Holanda
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1893
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Organização
do Primeiro Campeonato Mundial Oficial, em Amsterdã, Holanda
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1914
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A Patinação
de Velocidade foi incluída no Programa Olímpico para os Jogos de 1916, que
seriam disputados em Berlim, Alemanha, mas a eclosão da Primeira Guerra
Mundial provocou seu cancelamento
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1924
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A Patinação
de Velocidade foi incluída no Programa Olímpico da Primeira edição dos Jogos
Olímpicos de Inverno, disputada em Chammonix, França. Foram disputadas 5
provas: 500m, 1500m, 5000m, 10000m e combinado de 4 provas
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1932
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Nos Jogos
Olímpicos de 1932, em Lake Placid, EUA, as competições apresentaram largada
conjunta, em massa, formato que favoreceu os norte-americanos mas prejudicou
os europeus, que protestaram na Federação Internacional. Competições
femininas nas distâncias de 500m, 1000m e 1500m foram organizadas como provas
de exibição, sem valer medalha oficial
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1933
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Realização
do Primeiro Campeonato Mundial Feminino, não oficial, em Oslo, Noruega
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1936
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Realização
do Primeiro Campeonato Mundial feminino oficial, em Estocolmo, Suécia
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1939
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Foi
aprovada a inclusão de provas femininas nos Jogos Olímpicos, o que contou com
o apoio e influência de muitos Comitês Olímpicos Nacionais. Porém, a eclosão
da Segunda Guerra Mundial acabou adiando a estreia feminina e o processo teve
que ser refeito
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1953 e 1955
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Rejeição da
inclusão de provas femininas no programa olímpico
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1956
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Em
Melbourne, na Austrália, na Sessão do Comitê Olímpico Internacional,
finalmente foi aprovada a inclusão de provas femininas de patinação de
velocidade no programa oficial dos Jogos Olímpicos de Inverno
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1960
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Em Squaw
Valley, nos EUA, pela primeira vez na história as mulheres competem
oficialmente nos Jogos Olímpicos na Patinação de Velocidade. Competem em 4
provas: 500m, 1000m, 1500m e 3000m.
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1976
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A prova
masculina de 1000m é incluída no programa olímpico
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1988
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A prova
feminina de 5000m ingressa no programa olímpico, em Calgary, Canadá
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2006
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As
competições masculina e feminina por equipes estréiam no programa olímpico,
em Turim, Itália
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REGRAS BÁSICAS
O principal objetivo na prova de
Patinação de Velocidade é patinar o mais rápido possível, numa disputa mais com
o relógio do que propriamente contra os demais competidores. Os patinadores
competem em duplas, um contra o outro e, exceto na prova de 500m, realizam uma
única corrida, devendo colocar toda sua energia para registrar seu melhor
tempo, independentemente do patinador que está competindo com ele na mesma
corrida, pois seu tempo será confrontado com os dos demais patinadores para a
determinação do vencedor da prova, que ocorrerá depois de realizadas todas as
corridas eliminatórias. Na verdade há apenas uma fase de disputa e o termo
eliminação é mais apropriado para se referir aos que vão saindo fora da zona de
medalha durante a realização da prova. Na prova de 500m são realizadas duas
corridas num mesmo dia, sendo que o patinador inicia competindo na raia interna
numa e na externa na outra. Vence a prova o competidor que obtiver a menor soma
de tempos.
A pista de Patinação de
Velocidade possui um formato oval e com comprimento total de 400m, sendo que as
retas possuem 111,43m de comprimento e as duas curvas possuem 180°. A chegada
se encontra no meio da reta para a prova de 1.000m, nas demais é no final da
reta. As curvas apresentam um raio de 26m e 180°. Em Jogos olímpicos a pista
deve seguir os padrões da Federação Internacional, apresentando uma raia para
aquecimento, com 4 metros de largura, bem como estar protegida do vento e do
clima.
O início e o fim da reta oposta
são claramente marcados de forma que o patinador fique consciente da área em
que a mudança de raia deverá ocorrer. Em outras palavras, o local de passagem é
a reta entre o fim da curva e o início da próxima curva. Os patinadores devem
mudar de raia toda vez que passam pela reta oposta, de forma que possam
percorrer a mesma distância. Assim, a vantagem da pista interna é dada
alternadamente e um espaço é deixado aberto entre as pistas em um ponto para os
patinadores trocarem de raia. Os patinadores na raia externa possuem direito de
passagem no cruzamento em relação ao que está na raia interna. Um patinador não
pode obstruir o outro, correndo risco de desclassificação. Se ocorrer uma
colisão durante a mudança de raia, o patinador da raia interna é considerado
responsável, exceto em casos de clara obstrução. Cada raia mede de 4 a 5 metros
de largura, sendo que a interna mede 4m e a externa não pode ser menor do que
4m. As faixas da pista longa são marcadas com linhas pintadas e blocos móveis
de borracha ou madeira. A distância de um bloco ao outro é de 50 cm nos
primeiros e últimos 15 metros de pista e de 1 metro no resto. Os patinadores
podem tocar nos blocos que marcam as curvas, mas não podem patinar por dentro
deles. Interferir no trajeto do oponente ou patinar fora da faixa é motivo para
eliminação. Dependendo da prova, os patinadores realizam a largada em pontos
diferentes da pista. Os competidores são separados conforme o ranking mundial,
formando 4 grupos. Dentro destes grupos, haverá 8 patinadores que serão
colocados em duplas conforme sorteio. O grupo com patinadores com pior
ranqueamento inciam a competição e os de melhor ranqueamento finalizam a mesma.
As competições por equipes devem
ser realizadas após o término das disputas individuais. Nelas ocorre um sistema
de eliminação em que a última corrida é para determinar as medalhas de ouro e
de prata. Como são 8 equipes, a competição se inicia já nas quartas-de-finais,
e as duplas são determinadas conforme ranqueamento. A equipe 3 enfrenta a 5 ou
6, assim como a equipe 4. Já as equipes com ranqueamento 1 e 2 poderão
enfrentar as com ranqueamento 7 ou 8. Os vencedores das quartas-de-finais
seguem para as semifinais, e tudo segue de forma que o primeiro e segundo
colocados do ranking mundial, se não perderam, cheguem à disputa da medalha de
ouro. O tempo do terceiro componente da equipe a ter cruzado a linha de chegada
é o determinante do resultado da equipe. Só há uma raia para a competição,
diferentemente das disputas individuais, e a largada ocorre com cada equipe num
lado da pista. Em todas as provas, individual ou por equipe, o percurso é
realizado no sentido anti-horário.
Número de competidores nos Jogos
Olímpicos
Prova
|
Total
geral
|
Total
CON
|
Prova
|
Total
geral
|
Total
CON
|
500m-F
|
36
|
4
|
3000m-F
|
28
|
3
|
500m-M
|
40
|
4
|
5000m-M
|
28
|
3
|
1000m-F
|
36
|
4
|
5000m-F
|
16
|
3
|
1000m-M
|
40
|
4
|
10000m-M
|
16
|
3
|
1500m-F
|
36
|
4
|
Equipe-F
|
8x4
|
1x4
|
1500m-M
|
40
|
4
|
Equipe-M
|
8x4
|
1x4
|
EQUIPAMENTO
Os patinadores vestem luvas e
uniformes apertados e aerodinâmicos, em peça única, inclusive com toucas. As
roupas são confeccionadas de forma a diminuir a resistência do ar. O competidor
que inicia na raia de fora utiliza uma bandagem vermelha no braço enquanto o da
raia interna utiliza uma bandagem branca.
As lâminas dos patins dos
patinadores de velocidade são mais compridas do que as dos patinadores
artísticos e jogadores de hóquei, atingindo até 46 centímetros de comprimento.
A bota não deve ir acima da linha do tornozelo para permitir uma maior
flexibilidade de movimento. A lâmina possui expessura de apenas 1 milímetro.
Por volta de 1997 passaram a ser
utilizados novos tipos de patins, chamados
“slapskates”, em que os calcanhares não são ligados às lâminas, o que
permitiu que as mesmas se mantivessem por mais tempo em contato com o gelo
durante a passada, aumentando o impulso. Quando o patinador ergue o pé do solo,
a lâmina se retrata pela ação de uma mola, fechando a abertura.
TÉCNICA
Os patinadores possuem pernas
extremamente poderosas que os ajudam a ganhar o máximo impulso, mas também
devem utilizar vigorosos movimentos de braços e se inclinar para o lado de
dentro da pista nas curvas para combater a força centrífuga que os empurraria
para fora da pista. Nas retas devem realizar os movimentos de braços para o
lado da perna dianteira cujo pé está em contato com o gelo, alternando o
movimento.