DEFINIÇÃO. O Esqui de Fundo ou de Cross-country é uma forma
de passeio de esqui em que os participantes se impulsionam em um terreno
coberto de neve utilizando esquis e bastões. A atividade é popular em países
que possuem amplos campos de neve, como são os casos dos países do norte da
Europa, o Canadá e os EUA, no caso do Alaska. O Esqui de Fundo integra o grupo
dos esportes conhecidos como Esqui Nórdico, junto com o Salto de Esqui e o
Combinado Nórdico. O esqui de fundo é a forma de esquiar mais parecida com a
utilizada na época pré-histórica. Como esporte é um dos mais difíceis com
relação à resistência, já que utiliza os grandes grupos musculares e é um dos
esportes que proporciona a maior queima de calorias por hora de atividade.
ORIGEM
e HISTÓRICO. O Esqui de cross-country originou-se na região da Escandinávia,no
período pré-histórico e passou a ser largamente praticado no século 19 como
forma de deslocamento de uma região à outra nos rigorosos invernos do norte
europeu. Também serviu como forma de deslocamento para a realização da caça,
possibilitando aos povos da região a obtenção de alimento. Atualmente, muitas
pessoas utilizam esquis nos países com tradição no esqui de cros-country, como
Finlândia, Suécia, Noruega, países bálticos e mesmo a Rússia. Na América do
Norte a prática do esqui de cross-country tem sido mais recente, mas foi
introduzida por imigrantes noruegueses e suecos por volta do ano 1850. Esta
forma de esquiar tem sido utilizada pelos exploradores como meio de transporte
e também pelos exércitos nórdicos na realização de operações de inverno. As
provas de Esqui Cross-country, ou esqui de fundo, ingressaram nos Jogos
Olímpicos já em 1924, em Chamonnix, França, na primeira edição dos Jogos de
Inverno, com a realização das disputas masculinas de 18 km e 50 km. Em 1936, em
Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha, a prova de revezamento 4x10 km foi
incluída no programa olímpico. As mulheres passaram a competir nos Jogos
Olímpicos em 1952, em Oslo, Noruega, mas apenas na prova de 10 km. Em 1956, em
Cortina D’Ampezzo, Itália, estrearam no revezamento 3x5 km, que depois passou a
ser de 4x5 km a partir de 1976, em Innsbruck, Áustria. O número de provas tem
variado bastante no programa olímpico, sendo que umas acabaram substituídas por
outras, mas o total tem sido sempre ampliado. Atualmente o programa olímpico conta
com 12 provas: 15 km (realizada de 1956-1988, 2002-2010), 50 km (1924-2010),
4x10km (1936-2010), Perseguição 15 km clássico e 15 km livre (2006-2010),
Velocidade (2002-1,5kmC-2006-1,35kmL-2010-1,5 kmC), Velocidade por equipe para
homens; 10 km (realizada de 1952-1988, 2002-2010), 4x5 km (1976-2010), 30 km
(1992-2010), Perseguição 7,5 km clássico e 7,5 km livre (2006-2010), Velocidade
(2002-1,5kmC-2006-1,1kmL-2010-1,5kmC), Velocidade por equipe (2006-2010) para
mulheres. Várias provas já fizeram parte do programa: 10 km (1992-1998), 18 km
(1924-1952), 30 km (1956-2002) e Perseguição combinada (10 kmC +
15kmL-1992-1998; 10kmC + 10kmL-2002) para homens; 5 km (1964-1998), 3x5 km
(1956-1972), 15 km (1992-2002), 20km (1984-1988) e Perseguição combinada (5kmC
+ 10kmL-1992-1998; 5kmC + 5 kmL-2002) para mulheres. Os países que apresentam
os resultados mais expressivos nos Jogos Olímpicos são Noruega (90 medalhas, 31
de ouro), Finlândia (71 medalhas, 19 de ouro), Suécia (59 medalhas, 26 de
ouro), antiga URSS (68 medalhas, 25 de ouro, mais 9 medalhas, 3 de ouro da
Equipe Unificada em 1992), Rússia (26 medalhas, 13 de ouro) e Itália (34
medalhas, 9 de ouro). Nos últimos tempos, outros países têm obtido resultados
significativos e a modalidade já não é mais um feudo restrito apenas aos países
nórdicos e à antiga URSS, agora Rússia. Alemanha, República Tcheca, Áustria,
Estônia, Suíça, Polônia e Canadá têm alcançado resultados expressivos.
ESTILOS
E TÉCNICAS. No esqui de fundo há três principais estilos de se
esquiar: clássico, patinação ou livre e telemarking. O estilo clássico é
geralmente utilizado em pistas preparadas, com pares de sulcos paralelos
cortando a neve. As técnicas básicas do esqui clássico englobam terreno plano,
subidas, descidas e giros. No terreno plano utiliza-se o passo diagonal,
enquanto em terrenos de subidas são utilizadas o passo ao lado, com os esquis
em forma de “V”. Em terrenos de descida, os esquis devem ser voltados para
dentro, para criar uma maior resistência e diminuir a velocidade. Nas viradas,
utiliza-se uma passada diagonal, para virar os esquis. Em outra técnica de virada,
apóia-se com os dois bastões e se ergue os esquis, virando-os para o ponto
desejado. A forma de patinar com esquis envolve a transferência de peso para um
esqui angular e depois para o outro, utilizando o apoio da borda interna do
esqui na neve, semelhante a um patinador no gelo. Essa prática pode ser
realizada com esquis próprios ou com aqueles desenvolvidos tanto para patinação
quanto para o estilo clássico. Os esquis próprios para patinação são mais
curtos e mais rígidos do que os utilizados para o estilo clássico e os bastões
são mais longos, bem como não há a utilização de ceras de aderência. O estilo
de patinação tornou-se popular durante a década de 1980, mas foi utilizado pelo
finlandês Pauli Siitonen na década de 1970. Nos anos 1980, o sucesso do
norte-americano Bill Koch no mundial de 1982 também colocou o estilo em
evidência. E em 1984, nos Jogos Olímpicos de Sarajevo uma forma de chute
possibilitou uma velocidade extra com um pé e a tendência seguida no mundial de
1985 confundiu a Federação Internacional de Esqui, que após tentativas
frustradas de obrigar a utilização do estilo clássico, passou a realizar
competições separadas para os dois estilos. Já no mundial de 1987, em
Oberstdorf, competições separadas foram realizadas. A utilização da técnica de
patinação só é adequada para o uso em trilhas preparadas, com neve firme e
suave ou em rios e lagos congelados, cobertos de neve. O estilo patinação é
mais rápido do que o clássico e exercita um grupo muscular diferente do
clássico. Porém, em condições extremamente mais frias a técnica clássica pode
se aproximar da de patinação. Nas competições internacionais são determinadas
quais provas são disputadas no estilo clássico e quais no estilo livre, sendo
permitida somente a técnica de propulsão na prova clássica e tanto a de
propulsão quanto a de patinação na prova livre.
EQUIPAMENTO
ESQUIS.
Os esquis são longos e estreitos para distribuir o peso do esquiador e permitir
que ele se mova rapidamente. As dimensões típicas dos esquis são de 2 metros de
comprimento, cerca de 5 centímetros de largura e de um a 4 centímetros de
espessura em diferentes estações ao longo do comprimento do esqui. Dependendo
do design e do propósito do esqui eles podem ser baseados no peso e altura do
esquiador. As pontas dos pés dos esquiadores são presas a uma ligação enquanto
os calcanhares permanecem livres. O esquis de patinação são mais curtos e
estreitos do que os utilizados no estilo clássico. A ponta dos esquis são
maiores e mais curvadas do que as do esqui alpino para lidar com neve profunda.
A quantidade de curvatura vertical é fundamental para criar uma zona de chute
na técnica clássica. A superfície inferior do esqui tem fundo suave que
requerem a aplicação de graxa específica. Antigamente os esquis eram feitos de
madeira, ou com uma fibra de vidro ou revestimento sintético sobre a camada de
madeira interior. Os esquis modernos possuem núcleos de espuma sintética.
VARAS.
As varas ajudam os esquiadores na estabilidade e na propulsão. Antigamente as
varas eram feitas de bambu, mas foram modernizadas nos anos 1960, passando a
ser feitas de alumínio ou fibra de vidro. Varas mais caras são feitas de
grafite ou fibra de carbono. As pontas das varas são planejadas de forma a
evitar que afundem demais na neve e a fornecer um impulso maior, graças aos
discos dispostos nela. As varas do esqui de fundo são maiores do que as
utilizadas no esqui alpino, e as da técnica de patinação são maiores do que as
da técnica clássica. As varas podem ser planejadas conforme a altura do esquiador
e as pulseiras ajudam o esquiador a não derrubar as varas durante o percurso.
FIXADORES.
As botas são mais leves do que as do esqui alpino. As botas para o estilo de
esquiar patinando são mais elevadas, mais duras e reforçadas em torno do
calcanhar e tornozelos. Já as botas utilizadas para o estilo clássico são mais
baixas, com menos suporte para o tornozelo, assemelhando-se a um tênis de
corrida.
CERAS.
Os esquiadores de esqui de cross-country utilizam ceras apropriadas para o tipo
de terreno que encontram. Elas são classificadas em: ceras deslizantes (fazem o
esqui deslizar mais rápido), ceras pontapé (utilizadas apenas no estilo
clássico e servem para proporcionar aderência quando o peso é transferido em um
esqui), klisters (para terrenos ongelado e molhado, onde a cera pontapé não é
suficiente, é parecida com uma cola) e waxtapes.
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