quarta-feira, 1 de maio de 2013

ESQUI ALPINO - HISTÓRICO E GENERALIDADES



ORIGEM


O esqui mais velho conhecido foi encontrado em turfeiras em Umea, Suécia, datado de 2500 A.C. Um petrogrifo da Idade da Pedra, em Rodoy, Noruega, datado de 5000 A.C., mostra um esquiador, indicando que, pelo menos há 7.000 anos os seres humanos já se utilizavam de esquis. Os esquis eram utilizados apenas para saltos e corridas de cross-country. Porém, para enfrentar os íngremes declives europeus, os esquiadores tiveram que desenvolver esquis mais largos para descerem em segurança e desenvolveram diferentes formas de utilizar suas varas e novas técnicas de desvios para superar os terrenos verticais das altas montanhas. Os britânicos começaram a popularizar a prática nos alpes, na Europa Central, no final do século XIX, originando o esqui alpino.
O Esqui Alpino é um esporte em que o principal objetivo é deslizar por um percurso inclinado, montanhoso, coberto de neve, desviando dos chamados portões e cumprir o trajeto no menor tempo possível. É um esporte popular em países onde há neve, montanhas com encostas e uma infra-estrutura turística capaz de transportar os praticantes para os topos das montanhas. O conceito básico da modalidade é seguir a força da gravidade e descer a montanha na linha de queda. Porém, o esquiador deve utilizar técnicas que lhe permitam contornar o trajeto e para isso realiza inversões nos movimentos dos esquis adotando um trajeto mais perpendicular à linha de queda, diminuindo a velocidade e realizando mudanças de direção para contornar os portões. Ele vai cruzando a montanha ao invés de simplesmente descê-la. O Esqui Alpino engloba um total de 5 provas diferentes no programa olímpico: eslalom, eslalom gigante, eslalom super gigante, downhill e combinado alpino. No combinado alpino o esquiador realiza descidas no downhill e no eslalom, somando os tempos posteriormente. O Esqui Alpino ingressou nos Jogos Olímpicos em 1936, na edição de Garmischen-Partenkirchen, Alemanha. 

EVOLUÇÃO NO TEMPO

Época
Fato
5.000 A.C.
Petrogrifo encontrado em Rodoy, Noruega, mostra um esquiador.
2.500 A.C.
Encontrado o mais velho esqui conhecido, em Umea, Suécia
1850
Europeus já começam a descer montanhas utilizando esquis
Fim do Século XIX e início do Século XX
Os britânicos começam a popularizar a descida de esquis nos alpes e originam o esqui alpino. Henry Lunn, um agente de viagens, fundou escolas de esportes alpinos e, utilizando seus conhecimentos acerca do turismo, seduziu os britânicos da elite, influenciando-os a adotar os alpes suíços. O esporte obteve uma maior evolução, tornando-se mais popular, quando, já no início do século XX, o desenvolvimento de torres e teleféricos permitiu que os esquiadores não precisassem mais escalar as montanhas antes de suas descidas.
1911
Lunn organiza a primeira competição de downhill, o desafio Roberts de Kandahar, na atual Crans-montana, Suíça.
1922
Arnold Lunn organiza a primeira disputa de eslalom moderno, em Murren, Suíça.
1935
O Comitê Olímpico Internacional decide que os instrutores de esqui não seriam permitidos nos Jogos Olímpicos porque conseguiam dinheiro através do esporte, o que lhes retirava a condição de verdadeiros amadores.
1936
O esqui alpino ingressa nos Jogos Olímpicos de Garmischen-Partenkirchen, Alemanha, apenas com a prova combinada, para homens e mulheres. A Federação Internacional de Esqui decide que as competições de esqui seriam retiradas dos Jogos Olímpicos se suas próprias regras internacionais não fossem adotadas nos Jogos Olímpicos de 1940.
1938
O COI decide seguir com os Jogos de 1940, mas sem competições de Esqui. Entretanto, a Guerra Mundial cancela o evento.
1946
17 nações, numa conferência da Federação Internacional de Esqui, revelam seu desejo de participar dos Jogos de 1948, em Saint Moritz, Suíça. Dois representantes são enviados ao COI, que aceita aplicar as regras da Federação, desde que respeitados os preceitos da Carta Olímpica. 
1948
Provas de downhill e eslalom, para homens e mulheres, ingressam no programa olímpico, em Saint Moritz, Suíça.
1952
Competições de eslalom gigante, para homens e mulheres, ingressam no programa olímpico, em Oslo, Noruega. As provas de combinado alpino saem do programa.
1972
Na sessão do COI em Munique, o Presidente da organização, Avery Brundage, crítico do esqui alpino, deseja que a modalidade saia do programa olímpico em virtude do seu profissionalismo.
1988
A prova de combinado alpino volta a fazer parte do programa olímpico, enquanto a de eslalom super-gigante faz sua estréia, na ocasião dos Jogos Olímpicos de Calgary, Canadá.



REGRAS

Os eventos de Esqui Alpino são realizados nos alpes onde o percurso é elaborado para testar a velocidade e a agilidade dos esquiadores, mas com maior ênfase num ou noutro aspecto. Os percursos em que a velocidade é fundamental são longos, largos e envolvem poucas manobras e desvios. Já os percursos que envolvem habilidades técnicas em desviar e uma boa técnica com os pés, são curtos e possuem vários "portões" formados por varas com bandeiras. Os competidores devem esquiar e desviar dos obstáclos, num percurso pré-determinado. Se passar por um deles, sem desviar, o competidor é eliminado. São cinco os eventos para homens e mulheres, sendo o eslalom e o eslalom gigante considerados eventos técnicos, enquanto o eslalom supergigante e o downhill, eventos de velocidade. Há também o combinado alpino, que inclui a disputa do eslalom supergigante ou do downhill combinada com a de eslalom.


DOWNHILL. É a prova mais valorizada pelos esquiadores. É um duríssimo teste de velocidade, força física e concentração. No percurso a velocidade do esquiador pode chegar a 130 km/h. A distância geralmente é de 2.400m a 3.200m. A inclinação é de 800m a 1.100m de altura. O percurso feminino é de 1.600m a 2.400m de distância, com largura de cerca de 30 metros, e a inclinação é de 450m a 800m. O percurso inclui longas retas, menos portões do que nos eventos de eslalom, sendo de 30 a 35 para homens e 25 a 30 para mulheres. Há ainda lombadas que fazem o esquiador voar de 10m a 30m. Na final, cada competidor realiza apenas uma descida. O esquiador, no downhill, passa a maior parte do tempo na posição agachada para diminuir a resistência do vento e ganhar velocidade. Os esquis geralmente são mais longos, medindo de 210 a 220 cm para os homens e de 200 a 215 cm para as mulheres.


ESLALOM SUPER GIGANTE. O percurso é mais curto do que o do downhill e há um maior número de portões para melhor testar a habilidade técnica. Há aproximadamente de 35 a 45 portões nas provas masculinas e de 30 a 40 na prova feminina. Os esquiadores chegam a atingir quase 100 km/h. Dependendo do percurso, uma corrida no eslalom supergigante dura de 1:15 a 1:40 minutos. A inclinação vertical está em 400m a 650m para os homens e de 400 a 600m para as mulheres, sendo que a largura do percurso é de 30 metros. Na final é disputada apenas uma corrida. Os esquis medem de 205 a 212 cm para os homens e de 200 a 210 cm para as mulheres.



ESLALOM GIGANTE. Afirma-se que este seja o mais puro dos eventos de esqui alpino porque é o que melhor balanceia velocidade e técnica. O percurso é um pouco mais curto do que o de eslalom supergigante. Há cerca de 30 a 67 portões para os homens e 30 a 60 para as mulheres. A velocidade atingida chega a quase 90 km/h. A inclinação vertical é de 300 a 450m para homens e de 300 a 400m para mulheres, sendo de aproximadamente 40 metros a largura do percurso. Ao contrário do downhill e do eslalom supergigante, exige duas corridas na final e os tempos obtidos são somados. Vence o menor tempo combinado. Os esquis medem de 200 a 207 cm para os homens e de 193 a 203 cm para as mulheres.


ESLALOM. É considerado o evento que melhor testa a agilidade, os reflexos rápidos e as habilidades técnicas, com os portões colocados em rápida sucessão. A velocidade atingida é de cerca de 40 km/h. Uma corrida dura de 45 a 50 segundos. O número de portões é de 55 a 75 para os homens e de 45 a 65 para mulheres. Na final, cada esquiador faz duas diferentes corridas e os tempos são somados, sendo declarado vencedor o esquiador com o menor tempo combinado. A inclinação vertical é de 180m a 220m para homens e 140m a 220m para mulheres, sendo de 40 metros, aproximadamente, a largura do percurso. A distância entre os portões que devem ser contornados deve ficar entre 6 e 12 metros. Os esquis medem de 195 a 205 cm para homens e 185 a 204 cm para mulheres.


COMBINADO ALPINO. É uma prova em que se combina uma corrida de downhill ou eslalom super gigante com uma de eslalom realizadas conforme as regras individuais de cada uma. Consiste de duas corridas, sendo necessária, se possível, a realização de ambas num mesmo dia.

Os esquis utilizados nas provas alpinas são mais largos que os do esqui de fundo, menores no meio e mais amplos nas pontas. As bordas de metal são afiadas, possibilitando aos esquiadores trinchar viradas na neve. Os esquis são lisos na parte inferior e os esquiadores devem estudar que tipo de cera utilizar de acordo com a situação climática. As varas utilizadas pelos esquiadores devem ser aerodinamicamente curvadas para o downhill e o eslalom supergigante, enquanto, para o eslalom e o eslalom gigante, são retas. Os esquiadores devem vestir roupas justas, aerodinâmicas e acolchoadas, óculos, capacete e botas rígidas, com revestimento interno, e cobrindo o tornozelo e a canela. Os competidores das provas mais técnicas, eslalom e eslalom gigante, utilizam protetores nos cotovelos, joelhos e braços, para não se machucarem no contato com as varas. 

EVOLUÇÃO DO MATERIAL


O Esqui Alpino surgiu de uma variação do esqui e no início as botas utilizadas eram apropriadas aos dois estilos, principalmente pela necessidade que os esquiadores tinham de percorrer as distâncias e a fazer escaladas para atingir os topos das montanhas, pois não havia a disponibilidade de teleféricos. Nos anos 1930 foi intorduzida uma ligação conhecida como "Kandahar" que permitia o bloqueio do calcanhar para se realizar a descida alpina. 



Nos anos 50 houve uma grande incidência de esquiadores com pernas quebradas e o Dr, Richard Spademan criou uma ligação que ficou conhecida como Spademan, que permitia o esqui sair quando virasse para o lado. Em 1950, Howard Head introduziu o padrão Head de esqui, que conjugava o alumínio com a madeira e permitia que o esqui ficasse mais preso à neve, facilitando as manobras. Nos anos 1960 os metais foram substituídos por fibras de vidro o que melhorou sua elasticidade e tornou as colisões mais leves. Várias mudanças ocorreram nas décadas seguintes, com esquis de fibra de vidro, botas de plástico até o joelho dentre outras. A constante evolução do material tem permitido uma maior segurança no esporte.  



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