sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

SALTO DE ESQUI - HISTÓRICO E GENERALIDADES


DEFINIÇÃO. O salto de esqui é um esporte em que os esquiadores descem uma rampa, deixam-na, saltam e tentam aterrissar o mais longe possível montanha abaixo. Os jurados, além de pontuar a medida do salto, também avaliam o estilo de decolagem, voo e a aterrissagem. Os esquis utilizados na modalidade são largos e compridos, de 260 a 275 cm. Os melhores saltadores mantêm a posição quase horizontal, permanecendo calmos enquanto planam pelo ar até descerem nos esquis no último segundo.
ORIGEM. O salto de esqui, como esporte, tem sua origem na Noruega. A mais antiga informação sobre salto de esqui vem do livro do holandês J. Scheffers, Lapponia (Amsterdã, 1682)em que ele descreveu saltos de esqui populares praticados pelos lapões. Em 1792 um prêmio foi estabelecido para saltos de esqui e corridas, concedido até 1825. Em 1800, R. Berge menciona o salto de esqui em uma canção que ele compôs. Em 1809, Olaf Rye, um tenente do exército norueguês realizou o primeiro salto oficialmente medido na história e alcançou a marca de 9.5 m. Em 1860, um carpinteiro e produtor de esquis, de Morgedal, S. Auverson Nordheim (1825-1897) saltou, sem varas e reto a uma distância de 30 metros, estabelecendo um recorde não oficial que perdurou por 33 anos. O Salto de Esqui Moderno começou em 1861, em Telemark, Noruega. Foi iniciado por S. Norheim, que confeccionou ligações com os pés soltos, que permitiram uma inclinação para frente durante os voos. Em 1862, em Trysil, Noruega, em 22 de Janeiro, ocorreu a primeira competição pública e nela os árbitros concederam pontos por estilo (elegância e suavidade) e os competidores tinham que realizar três saltos sem cair e as regras foram estabelecidas com antecedência. Em 1863, ocorreu a primeira participação feminina na competição de Trysil. Em 1866, em Christiania ocorreu a primeira competição de esqui na região e atraiu cerca de 2000 pessoas. Em 1868, Sondre Norheim venceu sua primeira disputa em Christiania. Em 1879, em Oslo, Noruega, ocorreu a Husebyrennene, a primeira amplamente conhecida competição de salto de esqui, com Olaf Haugann estabelecendo um recorde mundial para o mais longo salto de esqui em 20m.Em 1886, em Huseby, as competições de corrida de esqui e salto de esqui foram separadas e os pontos posteriormente somados, em formato similar ao combinado nórdico. O evento anual foi movido para Holmenkollen a partir de 1892 e a região tem se mantido como o ponto alto dos locais de salto de esqui.  Em 1897, o Clube de Esqui de Christiania, estabelecido dois anos antes, organizou em Oslo, então Christiania, a primeira competição oficial de salto de esqui que foi assistida por milhares de espectadores. A competição foi realizada na montanha de Huseby Bakken e o vencedor foi o norueguês T. T. Hemmestveidt (1861-1930), com um salto de 23m, considerado o primeiro recorde mundial oficial.
Segundo Liponski (2003), a primeira competição foi realizada em 1892, quando o salto de esqui foi parte da corrida de esqui, originando o Esqui Nórdico. As primeiras rampas foram feitas de neve compacta em montanhas ou colinas naturalmente inclinadas. Em 1892, em Oslo, foi construída uma pista de salto no lugar onde hoje ocorre o famoso salto de Holmenkollen.
Nos Jogos Olímpicos as competições de Salto de Esqui foram incluídas, com provas separadas das disputas de combinado nórdico já nos Jogos de 1924, em Chamonnix, França, com a disputa em rampa grande.  Em 1964, em Innsbruck, Áustria, o programa foi ampliado com o ingresso da prova de salto em rampa normal e em 1988, em Calgary, Canadá, a prova por equipes na rampa grande também passou a fazer parte dos Jogos. Em Sochi, em 2014, as mulheres competirão pela primeira vez neste esporte em Jogos Olímpicos e competirão na prova de rampa normal.    

REGRAS. As provas que compõem o programa olímpico do Salto de Esqui são, para os homens, saltos em rampa normal, na qual a linha de cálculo e encontra entre 80 a 100m, saltos em rampa maior, prova em que a linha de cálculo se encontra entre 120 e 130 metros, e saltos em rampa maior por equipes. As mulheres, que estrearão em Jogos Olímpicos em Sochi, competirão na prova de rampa normal.
O saltador não pode utilizar varas de esqui ou qualquer outra natureza de assistência. Nem pode obter ajuda externa e ele deve vestir seu número durante todas as rodadas, sob pena de desclassificação. Na largada, é dado um sinal verde para o saltador. Se o local não possui o sinal, o oficial deve utilizar uma bandeira para autorizar o salto. Um sinal só pode ser dado quando o saltador anterior tiver terminado seu salto. O resultado total de um salto consiste da distância saltada e da pontuação conseguida com o estilo de salto. Os pontos referentes à distância estão diretamente relacionados com o ponto K, que também serve como uma tabela de pontos. Um saltador que atinge o ponto K recebe 60 pontos. Os pontos por estilo podem atingir no máximo a marca de 60 pontos. Os árbitros devem julgar toda a sequência dos saltos dos saltadores, desde o fim da largada até a passagem da linha de queda na área de segurança, desde o aspecto de precisão, ou seja, tempo de largada, perfeição (referente aos movimentos), estabilidade (posição de voo e chegada) e impressão geral. Os pontos calculados que deverão ser concedidos para uma ideal performance de salto são relacionados com utilização da eficiência aerodinâmica do corpo e esqui, postura da braços e pernas, bem como a posição do esqui durante o voo, sucessão de movimentos durante a aterrissagem e condução durante a saída. O voo, a aterrissagem e a saída devem causar uma boa impressão estética. A dedução de pontos por faltas e deficiências devem estar de acordo com os três grupos da aparência dos movimentos dos saltadores: voo, aterrissagem e saída. Os árbitros devem submeter suas deduções separadamente de acordo com os três grupos: voo, aterrissagem e saída.

PADRÕES PARA POSIÇÃO E MOVIMENTO.

1) VOO. Os saltadores devem aumentar sua trajetória de voo, movendo como se segue: a) fazer um movimento ousado e agressivo na decolagem; b) avançando rapidamente e suavemente para conseguir uma posição de voo ideal; c) e iniciar os preparativos para pousar no momento certo. Os árbitros terão como critério na análise do salto a utilização ativa da pressão do ar, a combinação de corpo e esqui para construir um sistema de voo inteiro, obtendo uma posição do corpo ótima e estável com os lados direito e esquerdo de esquis, pernas e braços simetricamente posicionados, e as pernas tem que ser completamente esticadas.
A máxima dedução de pontos por faltas no grupo inteiro é de 5.0 pontos.
2) POUSO. O saltador deve: vir de uma posição de voo estável, erguer a cabeça e a parte superior do corpo, mover os braços nas laterais para frente e para cima e colocar os esquis em uma posição paralela. Apenas antes de tocar o solo com os fins dos esquis, dividir as pernas e dobrar os joelhos, e depois de tocar o solo procurar reduzir a força do impacto do pouso utilizando os próprios músculos para obter um pouso suave e ao mesmo tempo aumentar a distância entre as pernas e dobrar a perna traseira ainda mais com os esquis paralelos e obter a pressão igual em ambas as pernas e para obter estabilidade esticar ambos os braços horizontalmente para frente e para cima. No julgamento, os árbitros verificarão um movimento suave da posição de vôo ao pouso por esticar a parte superior do corpo; a divisão das pernas e flexão dos joelhos quando tocar o solo; tomar parte ativa para obter o impacto do pouso para reduzir a velocidade; correta flexão dos joelhos para obter um pouso suave; posicionar as pernas corretamente na posição telemark após obter o impacto de pouso, ou seja, separação entre os pés deverá ser aproximadamente a medida de um pé, ou pelo menos a separação tem que ser avaliada no momento do toque no solo e neste caso a separação tem que ser expandida durante o impacto de pouso; esquis paralelos com a distância não mais do que a largura de dois esquis e pressão igual em ambos os esquis e em sua total superfície. As deduções de pontos máxima por pouso é de 5.0 pontos. Se não pousou com a posição Telemark (pés paralelos) no final da fase de pouso é descontado 2.0 pontos como uma falta simples.
3) SAÍDA. O saltador deve: após obter o impacto de pouso com a posição correta das pernas e flexão de joelhos, permanecer nesta posição telemark e então erguer a parte superior do corpo e passar através da curva de transição e passar a linha de queda na mais alta mas estável e relaxada posição do corpo, com os esquis paralelos ou com os esquis na posição de limpar neve.
No julgamento, o árbitro analisará se o saltador ficou numa posição estável de telemark, aproximadamente de 10 a 15 metros; se os esquis ficaram paralelos com distância não superior à medida de dois esquis e com igual peso em ambas as pernas, e o corpo numa posição vertical,  segura, através da linha de queda com braços e pernas em posição relaxada.
A máxima dedução de pontos pelo grupo inteiro de faltas é de 7.0 pontos. Também serão deduzidos pontos por instabilidade e/ou não correta posição do corpo ao longo da curva de transição até passar a linha de queda, sendo de 0.5 a 3.0 pontos; passar através da curva de transição com ambas as mãos para trás e/ou a parte superior do corpo tocar os esquis, a neve ou as esteiras. Isto também será aplicado para a passagem da linha de queda nesta posição. A perda é de 4.0 a 5.0 pontos. E também cair na linha de queda ou antes de cruzá-la, perda de 7.0 pontos.    

MEDIDA DA DISTÂNCIA. A distância a ser aferida é medida da saída da rampa até o ponto onde o saltador toca a encosta de pouso.  O pouso é considerado completo quando ambos os pés estão em completo contato com a encosta de pouso. Se tocar com um só pé, então será considerado o ponto em que o primeiro pé está em contato completo com a encosta de pouso. Se o saltador cair, a medida será tomada da primeira parte do corpo que tocar a área de pouso.
CÁLCULO DOS PONTOS. ESTILO. A pontuação se inicia com as notas de 5 árbitros de salto, e então a maior e a menor notas são eliminadas. As três notas remanescentes são somadas. A soma destas notas formam a nota total para a pontuação de estilo para um salto. DISTÂNCIA. Os pontos marcados para as distâncias saltadas são calculados baseados numa tabela de pontos. O ponto para cada metro é baseado numa tabela de pontos baseada no ponto K da colina, variando o valor conforme se aumenta a distância do ponto K. Por exemplo, se a distância do ponto K está entre 20 a 24m, o valor por metro será de 4.8 pts. Se estiver entre 50 a 59 metros, o valor será de 2.8 pts. Se estiver entre 80 a 99m, será de 2.0 pts por metro.
O ponto K de uma colina de salto age conforme a tabela de pontos, consequentemente a distância K equivale a 60 pontos. Após o valor do metro da colina ter sido determinado, a diferença das distâncias medidas para os saltos deve ser calculada. Distâncias mais curtas do que o ponto K, os pontos são multiplicados pelo respectivo fator e o resultado é subtraído dos 60 pontos. Se distâncias mais longas que o ponto K são atingidas, os metros excedentes são multiplicados e depois somados aos 60 pontos.
A pontuação coletiva é calculada adicionando-se os pontos de estilo e distância juntos. Se os pontos forem negativos, o menor resultado deve ser zero.

A soma total de pontos é calculada pela adição da pontuação coletiva das rodadas competitivas de saltos. O saltador com o mais alto total de pontos é o vencedor. Quando dois ou mais saltadores empatam em número de pontos, um empate é declarado e os saltadores recebem a mesma colocação, sendo a seguinte eliminada. Se dois competidores empatarem em primeiro lugar, não haverá segundo colocado, apenas terceiro.  

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