DEFINIÇÃO. O salto de esqui é um esporte em que os
esquiadores descem uma rampa, deixam-na, saltam e tentam aterrissar o mais longe
possível montanha abaixo. Os jurados, além de pontuar a medida do salto, também
avaliam o estilo de decolagem, voo e a aterrissagem. Os esquis utilizados na
modalidade são largos e compridos, de 260 a 275 cm. Os melhores saltadores
mantêm a posição quase horizontal, permanecendo calmos enquanto planam pelo ar
até descerem nos esquis no último segundo.
ORIGEM. O salto de esqui, como esporte, tem sua
origem na Noruega. A mais antiga informação sobre salto de esqui vem do livro
do holandês J. Scheffers, Lapponia (Amsterdã, 1682)em que ele descreveu saltos
de esqui populares praticados pelos lapões. Em 1792 um prêmio foi estabelecido
para saltos de esqui e corridas, concedido até 1825. Em 1800, R. Berge menciona
o salto de esqui em uma canção que ele compôs. Em 1809, Olaf Rye, um tenente do
exército norueguês realizou o primeiro salto oficialmente medido na história e
alcançou a marca de 9.5 m. Em 1860, um carpinteiro e produtor de esquis, de
Morgedal, S. Auverson Nordheim (1825-1897) saltou, sem varas e reto a uma
distância de 30 metros, estabelecendo um recorde não oficial que perdurou por
33 anos. O Salto de Esqui Moderno começou em 1861, em Telemark, Noruega. Foi
iniciado por S. Norheim, que confeccionou ligações com os pés soltos, que
permitiram uma inclinação para frente durante os voos. Em 1862, em Trysil,
Noruega, em 22 de Janeiro, ocorreu a primeira competição pública e nela os
árbitros concederam pontos por estilo (elegância e suavidade) e os competidores
tinham que realizar três saltos sem cair e as regras foram estabelecidas com
antecedência. Em 1863, ocorreu a primeira participação feminina na competição
de Trysil. Em 1866, em Christiania ocorreu a primeira competição de esqui na
região e atraiu cerca de 2000 pessoas. Em 1868, Sondre Norheim venceu sua
primeira disputa em Christiania. Em 1879, em Oslo, Noruega, ocorreu a
Husebyrennene, a primeira amplamente conhecida competição de salto de esqui,
com Olaf Haugann estabelecendo um recorde mundial para o mais longo salto de
esqui em 20m.Em 1886, em Huseby, as competições de corrida de esqui e salto de
esqui foram separadas e os pontos posteriormente somados, em formato similar ao
combinado nórdico. O evento anual foi movido para Holmenkollen a partir de 1892
e a região tem se mantido como o ponto alto dos locais de salto de esqui. Em 1897, o Clube de Esqui de Christiania,
estabelecido dois anos antes, organizou em Oslo, então Christiania, a primeira
competição oficial de salto de esqui que foi assistida por milhares de
espectadores. A competição foi realizada na montanha de Huseby Bakken e o
vencedor foi o norueguês T. T. Hemmestveidt (1861-1930), com um salto de 23m,
considerado o primeiro recorde mundial oficial.
Segundo
Liponski (2003), a primeira competição foi realizada em 1892, quando o salto de
esqui foi parte da corrida de esqui, originando o Esqui Nórdico. As primeiras
rampas foram feitas de neve compacta em montanhas ou colinas naturalmente
inclinadas. Em 1892, em Oslo, foi construída uma pista de salto no lugar onde
hoje ocorre o famoso salto de Holmenkollen.
Nos Jogos
Olímpicos as competições de Salto de Esqui foram incluídas, com provas
separadas das disputas de combinado nórdico já nos Jogos de 1924, em Chamonnix,
França, com a disputa em rampa grande. Em
1964, em Innsbruck, Áustria, o programa foi ampliado com o ingresso da prova de
salto em rampa normal e em 1988, em Calgary, Canadá, a prova por equipes na
rampa grande também passou a fazer parte dos Jogos. Em Sochi, em 2014, as
mulheres competirão pela primeira vez neste esporte em Jogos Olímpicos e
competirão na prova de rampa normal.
REGRAS. As provas que compõem o programa
olímpico do Salto de Esqui são, para os homens, saltos em rampa normal, na qual
a linha de cálculo e encontra entre 80 a 100m, saltos em rampa maior, prova em
que a linha de cálculo se encontra entre 120 e 130 metros, e saltos em rampa
maior por equipes. As mulheres, que estrearão em Jogos Olímpicos em Sochi,
competirão na prova de rampa normal.
O saltador não
pode utilizar varas de esqui ou qualquer outra natureza de assistência. Nem
pode obter ajuda externa e ele deve vestir seu número durante todas as rodadas,
sob pena de desclassificação. Na largada, é dado um sinal verde para o
saltador. Se o local não possui o sinal, o oficial deve utilizar uma bandeira
para autorizar o salto. Um sinal só pode ser dado quando o saltador anterior
tiver terminado seu salto. O resultado total de um salto consiste da distância
saltada e da pontuação conseguida com o estilo de salto. Os pontos referentes à
distância estão diretamente relacionados com o ponto K, que também serve como
uma tabela de pontos. Um saltador que atinge o ponto K recebe 60 pontos. Os
pontos por estilo podem atingir no máximo a marca de 60 pontos. Os árbitros
devem julgar toda a sequência dos saltos dos saltadores, desde o fim da largada
até a passagem da linha de queda na área de segurança, desde o aspecto de
precisão, ou seja, tempo de largada, perfeição (referente aos movimentos),
estabilidade (posição de voo e chegada) e impressão geral. Os pontos calculados
que deverão ser concedidos para uma ideal performance de salto são relacionados
com utilização da eficiência aerodinâmica do corpo e esqui, postura da braços e
pernas, bem como a posição do esqui durante o voo, sucessão de movimentos
durante a aterrissagem e condução durante a saída. O voo, a aterrissagem e a
saída devem causar uma boa impressão estética. A dedução de pontos por faltas e
deficiências devem estar de acordo com os três grupos da aparência dos
movimentos dos saltadores: voo, aterrissagem e saída. Os árbitros devem
submeter suas deduções separadamente de acordo com os três grupos: voo,
aterrissagem e saída.
PADRÕES PARA POSIÇÃO E
MOVIMENTO.
1) VOO. Os saltadores devem aumentar sua
trajetória de voo, movendo como se segue: a) fazer um movimento ousado e
agressivo na decolagem; b) avançando rapidamente e suavemente para conseguir
uma posição de voo ideal; c) e iniciar os preparativos para pousar no momento
certo. Os árbitros terão como critério na análise do salto a utilização ativa
da pressão do ar, a combinação de corpo e esqui para construir um sistema de
voo inteiro, obtendo uma posição do corpo ótima e estável com os lados direito
e esquerdo de esquis, pernas e braços simetricamente posicionados, e as pernas
tem que ser completamente esticadas.
A máxima
dedução de pontos por faltas no grupo inteiro é de 5.0 pontos.
2) POUSO. O saltador deve: vir de uma posição de
voo estável, erguer a cabeça e a parte superior do corpo, mover os braços nas
laterais para frente e para cima e colocar os esquis em uma posição paralela.
Apenas antes de tocar o solo com os fins dos esquis, dividir as pernas e dobrar
os joelhos, e depois de tocar o solo procurar reduzir a força do impacto do
pouso utilizando os próprios músculos para obter um pouso suave e ao mesmo
tempo aumentar a distância entre as pernas e dobrar a perna traseira ainda mais
com os esquis paralelos e obter a pressão igual em ambas as pernas e para obter
estabilidade esticar ambos os braços horizontalmente para frente e para cima.
No julgamento, os árbitros verificarão um movimento suave da posição de vôo ao
pouso por esticar a parte superior do corpo; a divisão das pernas e flexão dos
joelhos quando tocar o solo; tomar parte ativa para obter o impacto do pouso
para reduzir a velocidade; correta flexão dos joelhos para obter um pouso
suave; posicionar as pernas corretamente na posição telemark após obter o
impacto de pouso, ou seja, separação entre os pés deverá ser aproximadamente a
medida de um pé, ou pelo menos a separação tem que ser avaliada no momento do
toque no solo e neste caso a separação tem que ser expandida durante o impacto
de pouso; esquis paralelos com a distância não mais do que a largura de dois
esquis e pressão igual em ambos os esquis e em sua total superfície. As
deduções de pontos máxima por pouso é de 5.0 pontos. Se não pousou com a
posição Telemark (pés paralelos) no final da fase de pouso é descontado 2.0
pontos como uma falta simples.
3) SAÍDA. O saltador deve: após obter o impacto de
pouso com a posição correta das pernas e flexão de joelhos, permanecer nesta
posição telemark e então erguer a parte superior do corpo e passar através da
curva de transição e passar a linha de queda na mais alta mas estável e
relaxada posição do corpo, com os esquis paralelos ou com os esquis na posição
de limpar neve.
No julgamento,
o árbitro analisará se o saltador ficou numa posição estável de telemark,
aproximadamente de 10 a 15 metros; se os esquis ficaram paralelos com distância
não superior à medida de dois esquis e com igual peso em ambas as pernas, e o
corpo numa posição vertical, segura,
através da linha de queda com braços e pernas em posição relaxada.
A máxima
dedução de pontos pelo grupo inteiro de faltas é de 7.0 pontos. Também serão
deduzidos pontos por instabilidade e/ou não correta posição do corpo ao longo da
curva de transição até passar a linha de queda, sendo de 0.5 a 3.0 pontos; passar
através da curva de transição com ambas as mãos para trás e/ou a parte superior
do corpo tocar os esquis, a neve ou as esteiras. Isto também será aplicado para
a passagem da linha de queda nesta posição. A perda é de 4.0 a 5.0 pontos. E
também cair na linha de queda ou antes de cruzá-la, perda de 7.0 pontos.
MEDIDA DA DISTÂNCIA. A distância a ser aferida é medida da
saída da rampa até o ponto onde o saltador toca a encosta de pouso. O pouso é considerado completo quando ambos os
pés estão em completo contato com a encosta de pouso. Se tocar com um só pé,
então será considerado o ponto em que o primeiro pé está em contato completo
com a encosta de pouso. Se o saltador cair, a medida será tomada da primeira
parte do corpo que tocar a área de pouso.
CÁLCULO DOS PONTOS. ESTILO. A pontuação se inicia com as notas de 5
árbitros de salto, e então a maior e a menor notas são eliminadas. As três
notas remanescentes são somadas. A soma destas notas formam a nota total para a
pontuação de estilo para um salto. DISTÂNCIA. Os pontos marcados para as distâncias
saltadas são calculados baseados numa tabela de pontos. O ponto para cada metro
é baseado numa tabela de pontos baseada no ponto K da colina, variando o valor
conforme se aumenta a distância do ponto K. Por exemplo, se a distância do
ponto K está entre 20 a 24m, o valor por metro será de 4.8 pts. Se estiver
entre 50 a 59 metros, o valor será de 2.8 pts. Se estiver entre 80 a 99m, será
de 2.0 pts por metro.
O ponto K de
uma colina de salto age conforme a tabela de pontos, consequentemente a
distância K equivale a 60 pontos. Após o valor do metro da colina ter sido
determinado, a diferença das distâncias medidas para os saltos deve ser
calculada. Distâncias mais curtas do que o ponto K, os pontos são multiplicados
pelo respectivo fator e o resultado é subtraído dos 60 pontos. Se distâncias
mais longas que o ponto K são atingidas, os metros excedentes são multiplicados
e depois somados aos 60 pontos.
A pontuação
coletiva é calculada adicionando-se os pontos de estilo e distância juntos. Se
os pontos forem negativos, o menor resultado deve ser zero.
A soma total de
pontos é calculada pela adição da pontuação coletiva das rodadas competitivas
de saltos. O saltador com o mais alto total de pontos é o vencedor. Quando dois
ou mais saltadores empatam em número de pontos, um empate é declarado e os
saltadores recebem a mesma colocação, sendo a seguinte eliminada. Se dois
competidores empatarem em primeiro lugar, não haverá segundo colocado, apenas
terceiro.
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