A prova feminina de
patinação artística é uma das mais populares e mais assistidas dos Jogos
Olímpicos de Inverno. A popularização do evento se deve muito à atuação da
noueguesa Sonja Henie, tricampeã olímpica de 1928 a 1936 e que, através de
shows e atuação no cinema levou a modalidade a uma condição de glamour. Atualmente,
a prova é uma das que mais chamam a atenção da mídia dentro dos Jogos de
Inverno. Os países europeus dominaram fortemente a prova de 1908 a 1936,
vencendo todas as edições olímpicas, embora os Estados Unidos estivessem
presentes no pódio na maioria das vezes. Convém lembrar que a prova esteve
presente nos Jogos de Verão de 1908 e 1920, antes mesmo da criação dos Jogos
Olímpicos de Inverno. A partir dos anos 1940, Estados Unidos e Canadá passaram
a se destacar juntamente com os países europeus. Porém, as norte-americanas
estabeleceram uma forte tradição no período de 1956 a 1976, vencendo 4 das 6
edições olímpicas disputadas. Porém, os anos de 1980 assistiram ao domínio da
Alemanha Oriental, que venceu todos os 3 Jogos Olímpicos do período. Posteriormente,
os Estados Unidos retomaram seu domínio, vencendo 3 das 4 competições de 1992 a
2002. Uma nova mudança se operou nas duas últimas edições olímpicas, com os
países asiáticos passando a dominar a prova, com vitória do Japão em 2006 e da
Coreia do Sul em 2010. No quadro geral de medalhas, os Estados Unidos
apresentam uma esmagadora liderança em relação aos demais países, somando nada
menos do que 23 medalhas, 7 de ouro, conquistadas em 18 edições olímpicas. Isso
significa que os Estados Unidos só não otiveram medalha em 5 dos 23 Jogos
olímpicos em que a prova foi realizada, feito extraordinário! O desempenho
norte-americano é tão fantástico que os EUA possuem em medalhas de ouro o mesmo
número total de medalhas do segundo colocado no quadro geral. Os Estados Unidos
se sagraram campeões em 1956, 1960, 1968 e 1976. Depois, ficaram 3 edições
olímpicas sem vencer a prova, mas retornaram com força e foram campeões em
1992, 1998 e 2002. A Áustria ocupa a segunda posição no quadro de medalhas, com
um total de 7, sendo 2 delas de ouro. Foi campeã em 1924 e em 1972, ano em que
obteve sua última medalha. O Reino Unido ocupa a terceira posição, com 6
medalhas, 2 de ouro. Venceu a disputa em 1908 e 1952, ano em que chegou ao
podio pela última vez. Aliás, é curioso notar como os vários países se
alternaram na conquista de medalhas, cada um vivendo um período de glórias e
depois simplesmente desaparecendo do cenário, exceto os Estados Unidos, que
possuem uma absurda regularidade na prova. A Alemanha Oriental ocupa a quarta
posição no quadro de medalhas, com um total de 5, sendo 3 delas de ouro. O país
foi hegemônico nos anos 1980, vencendo todas as 3 disputas do período. O Canadá
também possui 5 medalhas, mas foi campeão uma única vez, em 1948. Suas medalhas
estão dispersas pelos anos, não se concentrando num único período. A Noruega
vem a seguir no quadro de medalhas, com um total de 3, todas elas de ouro.
Embora o país não tenha estabelecido uma tradição na prova, deixou gravado o
nome de Sonja Henie, que foi tricampeã olímpica e popularizou a modalidade.
Atualmente, merecem destaque os países asiáticos, que estão em plena expansão
na prova. Em 1992 os países asiático obtiveram sua primeira medalha, uma de
prata, com o Japão. Desde então só se ausentaram em 2002, sendo que em 2006
obtiveram sua primeira medalha de ouro, novamente com o Japão, e em 2010
ficaram com as 2 primeiras posições no pódio, ouro para a Coreia do Sul e prata
para o Japão. Parece que uma revolução está em curso na modalidade, mas ainda é
muito cedo para se afirmar essa nova realidade.
Países medalhistas
ANO
|
OURO
|
PRATA
|
BRONZE
|
1908
|
RUN
|
ALE
|
RUN
|
1920
|
SUE
|
SUE
|
EUA
|
1924
|
AUT
|
EUA
|
RUN
|
1928
|
NOR
|
AUT
|
EUA
|
1932
|
NOR
|
AUT
|
EUA
|
1936
|
NOR
|
RUN
|
SUE
|
1948
|
CAN
|
AUT
|
RUN
|
1952
|
RUN
|
EUA
|
FRA
|
1956
|
EUA
|
EUA
|
AUT
|
1960
|
EUA
|
HOL
|
EUA
|
1964
|
HOL
|
AUT
|
CAN
|
1968
|
EUA
|
RDA
|
TCH
|
1972
|
AUT
|
CAN
|
EUA
|
1976
|
EUA
|
HOL
|
RDA
|
1980
|
RDA
|
EUA
|
ALE
|
1984
|
RDA
|
EUA
|
SOV
|
1988
|
RDA
|
CAN
|
EUA
|
1992
|
EUA
|
JAP
|
EUA
|
1994
|
UCR
|
EUA
|
CHN
|
1998
|
EUA
|
EUA
|
CHN
|
2002
|
EUA
|
RUS
|
EUA
|
2006
|
JAP
|
EUA
|
RUS
|
2010
|
COS
|
JAP
|
CAN
|
Quadro
de medalhas
PAÍS
|
TOTAL
|
OURO
|
PRATA
|
BRONZE
|
NJO
|
EUA
|
23
|
7
|
8
|
8
|
18
|
Áustria
|
7
|
2
|
4
|
1
|
7
|
Reino Unido
|
6
|
2
|
1
|
3
|
5
|
RDA
|
5
|
3
|
1
|
1
|
5
|
Canadá
|
5
|
1
|
2
|
2
|
5
|
Noruega
|
3
|
3
|
-
|
-
|
3
|
Holanda
|
3
|
1
|
2
|
-
|
3
|
Japão
|
3
|
1
|
2
|
-
|
3
|
Suécia
|
3
|
1
|
1
|
1
|
2
|
Alemanha
|
2
|
-
|
1
|
1
|
2
|
Rússia
|
2
|
-
|
1
|
1
|
2
|
China
|
2
|
-
|
-
|
2
|
2
|
Coreia do Sul
|
1
|
1
|
-
|
-
|
1
|
Ucrânia
|
1
|
1
|
-
|
-
|
1
|
França
|
1
|
-
|
-
|
1
|
1
|
URSS
|
1
|
-
|
-
|
1
|
1
|
Tchecoslováquia
|
1
|
-
|
-
|
1
|
1
|
TOTAL
|
69
|
23
|
23
|
23
|
23
|
Atletas medalhistas
A prova individual
feminina na Patinação Artística apresentou várias competidoras que conseguiram
atingir o pódio olímpico em mais de uma ocasião e o número poderia ser maior
ainda se muitas não seguissem a carreira profissional depois do sucesso
olímpico, principalmente no ocidente. Entretanto, o grande nome da prova é a
norueguesa Sonja Henie, que se sagrou tricampeã olímpica entre 1928 e 1936.
Henie foi quem popularizou a modalidade, principalmente depois que passou a
fazer excursões e a atuar no cinema. Depois dela, as patinadoras passaram a ter
muitas oportunidades no mundo artístico e acabaram se dedicando a uma carreira
profissional e, com isso, perdiam o estatus de amadoras e ficavam inelegíveis
para participar dos Jogos Olímpico de Inverno. Isso mudo a partir de 1994,
quando patinadores profissionais passaram a ser aceitos nos Jogos Olímpicos. Depois
de Henie, a patinadora com segundo melhor desempenho na história olímpica é a
alemã-oriental Katarina Witt, campeã olímpica em 1984 e 1988. Witt seguiu a
trajetória vencedora da compatriota Anett Pötzsch, campeã olímpica em 1980, e
ajudou a Alemanha Oriental a monopolizar a década de 1980. Em terceiro lugar na
lista dos melhores desempenho aparecem 3 patinadoras que obtiveram uma medalha
de ouro e uma de prata. Curiosamente, as 3 se alternaram no domínio da prova e
estabeleceram uma forma de sucessão, já que a derrotada por uma, venceu os
Jogos na edição seguinte.A norte-americana Tenley Albright foi a primeira
delas, tendo obtido a medalha de prata em 1952 e a de ouro em 1956. Carol
Heiss, também dos EUA, perdeu para Albright em 1956, ficando com a medalha de
prata, mas venceu em 1960, faturando a medalha de ouro, deixando em segundo
lugar a holandesa Sjoukje Dijkstra, que na edição seguinte dos Jogos, em 1964,
acabou conquistando a medalha de ouro. Ou seja, Albright, Heiss e Dijkstra
ostentam uma medalha de ouro e uma de prata. Depois delas, na sexta posição,
aparece a britânica Jeannette Altwegg, também com 2 medalhas, mas 1 de ouro e 1
de bronze. Altwegg foi campeã olímpica em 1952 e medalhista de bronze em 1948.
A austríaca Fritzi Burger, com as medalhas de prata de 1928 e 1932, aparece na
sétima posição no quadro geral de medalhas, considerando-se o desempenho pelo
número de medalhas.
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