sábado, 4 de janeiro de 2014

PATINAÇÃO ARTÍSTICA - F - INDIVIDUAL


A prova feminina de patinação artística é uma das mais populares e mais assistidas dos Jogos Olímpicos de Inverno. A popularização do evento se deve muito à atuação da noueguesa Sonja Henie, tricampeã olímpica de 1928 a 1936 e que, através de shows e atuação no cinema levou a modalidade a uma condição de glamour. Atualmente, a prova é uma das que mais chamam a atenção da mídia dentro dos Jogos de Inverno. Os países europeus dominaram fortemente a prova de 1908 a 1936, vencendo todas as edições olímpicas, embora os Estados Unidos estivessem presentes no pódio na maioria das vezes. Convém lembrar que a prova esteve presente nos Jogos de Verão de 1908 e 1920, antes mesmo da criação dos Jogos Olímpicos de Inverno. A partir dos anos 1940, Estados Unidos e Canadá passaram a se destacar juntamente com os países europeus. Porém, as norte-americanas estabeleceram uma forte tradição no período de 1956 a 1976, vencendo 4 das 6 edições olímpicas disputadas. Porém, os anos de 1980 assistiram ao domínio da Alemanha Oriental, que venceu todos os 3 Jogos Olímpicos do período. Posteriormente, os Estados Unidos retomaram seu domínio, vencendo 3 das 4 competições de 1992 a 2002. Uma nova mudança se operou nas duas últimas edições olímpicas, com os países asiáticos passando a dominar a prova, com vitória do Japão em 2006 e da Coreia do Sul em 2010. No quadro geral de medalhas, os Estados Unidos apresentam uma esmagadora liderança em relação aos demais países, somando nada menos do que 23 medalhas, 7 de ouro, conquistadas em 18 edições olímpicas. Isso significa que os Estados Unidos só não otiveram medalha em 5 dos 23 Jogos olímpicos em que a prova foi realizada, feito extraordinário! O desempenho norte-americano é tão fantástico que os EUA possuem em medalhas de ouro o mesmo número total de medalhas do segundo colocado no quadro geral. Os Estados Unidos se sagraram campeões em 1956, 1960, 1968 e 1976. Depois, ficaram 3 edições olímpicas sem vencer a prova, mas retornaram com força e foram campeões em 1992, 1998 e 2002. A Áustria ocupa a segunda posição no quadro de medalhas, com um total de 7, sendo 2 delas de ouro. Foi campeã em 1924 e em 1972, ano em que obteve sua última medalha. O Reino Unido ocupa a terceira posição, com 6 medalhas, 2 de ouro. Venceu a disputa em 1908 e 1952, ano em que chegou ao podio pela última vez. Aliás, é curioso notar como os vários países se alternaram na conquista de medalhas, cada um vivendo um período de glórias e depois simplesmente desaparecendo do cenário, exceto os Estados Unidos, que possuem uma absurda regularidade na prova. A Alemanha Oriental ocupa a quarta posição no quadro de medalhas, com um total de 5, sendo 3 delas de ouro. O país foi hegemônico nos anos 1980, vencendo todas as 3 disputas do período. O Canadá também possui 5 medalhas, mas foi campeão uma única vez, em 1948. Suas medalhas estão dispersas pelos anos, não se concentrando num único período. A Noruega vem a seguir no quadro de medalhas, com um total de 3, todas elas de ouro. Embora o país não tenha estabelecido uma tradição na prova, deixou gravado o nome de Sonja Henie, que foi tricampeã olímpica e popularizou a modalidade. Atualmente, merecem destaque os países asiáticos, que estão em plena expansão na prova. Em 1992 os países asiático obtiveram sua primeira medalha, uma de prata, com o Japão. Desde então só se ausentaram em 2002, sendo que em 2006 obtiveram sua primeira medalha de ouro, novamente com o Japão, e em 2010 ficaram com as 2 primeiras posições no pódio, ouro para a Coreia do Sul e prata para o Japão. Parece que uma revolução está em curso na modalidade, mas ainda é muito cedo para se afirmar essa nova realidade.

Países medalhistas

ANO
OURO
PRATA
BRONZE
1908
RUN
ALE
RUN
1920
SUE
SUE
EUA
1924
AUT
EUA
RUN
1928
NOR
AUT
EUA
1932
NOR
AUT
EUA
1936
NOR
RUN
SUE
1948
CAN
AUT
RUN
1952
RUN
EUA
FRA
1956
EUA
EUA
AUT
1960
EUA
HOL
EUA
1964
HOL
AUT
CAN
1968
EUA
RDA
TCH
1972
AUT
CAN
EUA
1976
EUA
HOL
RDA
1980
RDA
EUA
ALE
1984
RDA
EUA
SOV
1988
RDA
CAN
EUA
1992
EUA
JAP
EUA
1994
UCR
EUA
CHN
1998
EUA
EUA
CHN
2002
EUA
RUS
EUA
2006
JAP
EUA
RUS
2010
COS
JAP
CAN

Quadro de medalhas

PAÍS
TOTAL
OURO
PRATA
BRONZE
NJO
EUA
23
7
8
8
18
Áustria
7
2
4
1
7
Reino Unido
6
2
1
3
5
RDA
5
3
1
1
5
Canadá
5
1
2
2
5
Noruega
3
3
-
-
3
Holanda
3
1
2
-
3
Japão
3
1
2
-
3
Suécia
3
1
1
1
2
Alemanha
2
-
1
1
2
Rússia
2
-
1
1
2
China
2
-
-
2
2
Coreia do Sul
1
1
-
-
1
Ucrânia
1
1
-
-
1
França
1
-
-
1
1
URSS
1
-
-
1
1
Tchecoslováquia
1
-
-
1
1
TOTAL
69
23
23
23
23

Atletas medalhistas

Ano
Ouro
Prata
Bronze
1908 - Londres, RUN
1912 - Estocolmo, SUE
não incluída no programa olímpico
1920 - Antuérpia, BEL
 AUT Eva Pawlik
 EUA Janet Lynn
 JAP Midori Ito
 CHN Chen Lu
 CHN Chen Lu
2006 - Torino, Itália
 COS Yuna Kim
 JAP Mao Asada

A prova individual feminina na Patinação Artística apresentou várias competidoras que conseguiram atingir o pódio olímpico em mais de uma ocasião e o número poderia ser maior ainda se muitas não seguissem a carreira profissional depois do sucesso olímpico, principalmente no ocidente. Entretanto, o grande nome da prova é a norueguesa Sonja Henie, que se sagrou tricampeã olímpica entre 1928 e 1936. Henie foi quem popularizou a modalidade, principalmente depois que passou a fazer excursões e a atuar no cinema. Depois dela, as patinadoras passaram a ter muitas oportunidades no mundo artístico e acabaram se dedicando a uma carreira profissional e, com isso, perdiam o estatus de amadoras e ficavam inelegíveis para participar dos Jogos Olímpico de Inverno. Isso mudo a partir de 1994, quando patinadores profissionais passaram a ser aceitos nos Jogos Olímpicos. Depois de Henie, a patinadora com segundo melhor desempenho na história olímpica é a alemã-oriental Katarina Witt, campeã olímpica em 1984 e 1988. Witt seguiu a trajetória vencedora da compatriota Anett Pötzsch, campeã olímpica em 1980, e ajudou a Alemanha Oriental a monopolizar a década de 1980. Em terceiro lugar na lista dos melhores desempenho aparecem 3 patinadoras que obtiveram uma medalha de ouro e uma de prata. Curiosamente, as 3 se alternaram no domínio da prova e estabeleceram uma forma de sucessão, já que a derrotada por uma, venceu os Jogos na edição seguinte.A norte-americana Tenley Albright foi a primeira delas, tendo obtido a medalha de prata em 1952 e a de ouro em 1956. Carol Heiss, também dos EUA, perdeu para Albright em 1956, ficando com a medalha de prata, mas venceu em 1960, faturando a medalha de ouro, deixando em segundo lugar a holandesa Sjoukje Dijkstra, que na edição seguinte dos Jogos, em 1964, acabou conquistando a medalha de ouro. Ou seja, Albright, Heiss e Dijkstra ostentam uma medalha de ouro e uma de prata. Depois delas, na sexta posição, aparece a britânica Jeannette Altwegg, também com 2 medalhas, mas 1 de ouro e 1 de bronze. Altwegg foi campeã olímpica em 1952 e medalhista de bronze em 1948. A austríaca Fritzi Burger, com as medalhas de prata de 1928 e 1932, aparece na sétima posição no quadro geral de medalhas, considerando-se o desempenho pelo número de medalhas.


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