DEFINIÇÃO.
O Esqui Livre é uma forma de esquiar que originalmente englobava o aerials, o
moguls e o balet com esquis. Atualmente, continua incluindo as disciplinas de
aerials e moguls, mas ainda acrescentou as disputas de skicross, half-pipe e
slope Style. Todas elas fazem parte do programa olímpico.
ORIGEM.
O esqui Livre começou a ser praticado seriamente nos anos 1960 e início dos
anos 1970. Bob Burns foi pioneiro neste estilo em Sun Valley, Idaho, no começo
de 1965. No final dos anos 1960, outros seguidores do novo estilo incluíram
Wayne Wong, Flyinn Eddie Ferguson, Tom Leroy, dentre outros. Algumas pessoas
acreditavam que este estilo de esquiar era muito perigoso e não o desejaram no
programa olímpico. Havia poucas regras e muito perigo nas acrobacias, fazendo
com que contusões nos joelhos, principalmente, fossem algo comum entre os
profissionais. A Federação Internacional de Esqui reconheceu o estilo livre
como esporte em 1979 e trouxe novas regulamentações com relação aos atletas e
técnicas de salto, com o objetivo de diminuir os elementos mais perigosos nas
competições. O primeiro série da Copa do Mundo foi disputada em 1980 e o
primeiro campeonato mundial ocorreu em
1986, em Tignes, França. O esqui Livre foi esporte de demonstração nos
Jogos Olímpicos de 1988, em Calgary, no Canadá, mas ingressou como esporte
oficial já em 1992, em Albertville, França porém apenas com a disputa em
moguls. Em 1994, em Lillehammer, Noruega, as competições de aerials passaram a
integrar o programa olímpico. Nos anos 1990, um grupo de esquiadores inovaram
ao levar os esquis para os parques de snowboarding. Eles ajudaram a desenvolver
alguns tipos de manobras e também aproximaram as empresas com um tipo de design
de esquis com um sistema de ponta dupla, que permitia ao usuário esquiar
normalmente ou para trás. Atualmente, o esqui livre apresenta duas vertentes,
uma mais tradicional, com o moguls e o aerials, e outra chamada de nova escola,
englobando o half-pipe, o "big air", o "slopestyle" e a
grande-montanha ou esqui-livre. Esse novo estilo de esqui livre, em virtude de
sua crescente popularidade, levou ao surgimento de várias empresas que
desenvolveram artigos esportivos apropriados para a prática.
HISTÓRIA.
O Esqui Livre se iniciou nos anos 1930, quando esquiadores noruegueses
começaram a fazer acrobacias durante treinamentos de esqui alpino e de
cross-country. Posteriormente, exibições profissionais, não-competitivas, nos
Estados Unidos incluíram performances que posteriormente seriam chamadas de
estilo livre. Por volta de 1950, o esquiador norueguês Stein Eriksen, campeão
olímpico, desenvolveu o esqui aéreo. As competições organizadas de esqui livre
começaram a ocorrer em campos de mogul, um terreno naturalmente com
protuberâncias que permitiam aos esquiadores mostrar grandes habilidades com
manobras, saltos e giros. Em 1971, em Aspen, Colorado, uma pequena competição
de mogul foi realizada no legendário "Ridge of Bell", um dos mais
desafiantes percursos de mogul no país. O esporte cresceu rapidamente e em
1973, em Sun Valley, Idaho, o primeiro campeonato dos Estados Unidos de Estilo
Livre ocorreu, com John Clendenin sagrando-se campeão. Em 1975 havia duas
organizações administrando disputas de Esqui Livre, a Professional Freestyle
Associates e a Freestyle Skiers Association. Os melhores atletas do mundo
passaram a disputar competições no aerials, no moguls e no balet nos EUA,
Canadá e Europa. Um comercial televisivo feito pela Pepsi, com Wayne Wong fazendo
manobras, deu ao esporte uma grande e instantânea exposição. Em 1975, em
Snowbird, Utah, abrigou o campeonato mundial de estilo livre e a ABC
televisionou o evento patrocinado pela Chevrolet e outras companhias. O evento
atraiu mais espectadores, assim como representou um ponto de mudança com o
surgimento de vários jovens talentos e também com as mulheres aderindo à
modalidade.
FORMAS
AERIALS
A competição aérea
consiste em dois diferentes saltos acrobáticos de um salto preparado,
ressaltando a decolagem, a altura e distância (referidos como "ar"),
forma adequada, execução e precisão do movimento (referido como
"forma") e aterrissagem. A primeira parte, chamada ar, corresponde a
20% da pontuação, a segunda, a forma, corresponde a 50%, e a aterrissagem
equivale a 30%. A pontuação é dada por 5 jurados, sendo descontada a maior e a
menor nota e somada as demais. O air deve ser avaliado com base na saída da
rampa (forma como o salto é iniciado), altura e distância (são produto da
velocidade para o salto e força da saída da rampa) do salto do competidor.
Também inclui altura e inclinação e distância da aterrissagem. A pontuação é
dividida em dois, 10% para a avaliação técnica da saída e 10% para a altura e
distância. A forma do salto, que corresponde a 50% da pontuação, inclui a
posição do corpo, dos esquis, dos braços, mãos e/ou varas enquanto no ar. É a
forma como cada competidor executa cada manobra. Deve ser avaliada conforme a
precisão, balanço, mecânica, estabilidade no ar, separação e duração da manobra em
relação ao ápice do salto. A forma é julgada desde o momento que o esqui do
competidor começa a deixar a rampa até o momento em que o competidor toca a
neve. A aterrissagem corresponde a 30% do valor total do salto. Uma aterrissagem
apropriada envolve uma posição corporal balanceada, estável e controlada. O
competidor deve demonstrar precisão e graça com um mínimo de interrupção do
contato com a superfície de aterrissagem. O amortecimento deve ser feito
inicialmente com os joelhos e o corpo baixo com somente uma leve curvatura na
cintura. A avaliação da aterrissagem começa imediatamente quando o competidor
toca a neve e continua até o momento em que o competidor demonstra suficiente
controle do esqui. A aterrissagem consiste de duas partes, da aterrissagem
propriamente dita, ou seja, da posição do corpo em relação à inclinação da
rampa de aterrisagem, o contato do esqui com a neve no impacto bem como na
absorção do corpo para retornar a uma posição neutra, valendo um máximo de 2.0
pontos, e a saída da aterrissagem seguindo o contato, impacto e absorção com a
neve, valendo um máximo de 1,0 ponto.
As rampas possuem
de 2 a 4 metros de altura e lançam os competidores a até 6 metros de altura no
ar, que pode ser até cerca de 20m em relação à rampa de aterrissagem, que possui
de 34 a 39 graus de inclinação e cerca de 30 metros de comprimento. Os
esquiadores são julgados num cumulativo placar de dois saltos.
MOGULS
A competição de moguls consiste de uma descida de esqui
livre num percurso íngreme, fortemente com protuberâncias, destacando curvas
técnicas, manobras aéreas e velocidade. Os moguls são uma série de
protuberâncias num percurso formado quando os esquiadores empurram a neve para
formar montes ou pilhas de neve. Eles podem ser construídos num declive para
competições de esqui livre ou treino. Uma vez formado, o mogul tende a crescer
uma vez que os esquiadores seguem caminhos semelhantes ao seu redor, aumentando
ainda mais os sulcos ao seu redor. A maioria das pistas são preparadas com
pouca freqüência ou deixadas sem qualquer preparo para permitir que os moguls
se desenvolvam. Essas pistas geralmente são íngremes. Porém, há casos em que os
moguls são preparados porque ficam tão íngremes e grandes que impossibilitam a
prática do esqui livre ao seu redor. Outro caso que exige preparo ocorre quando
os moguls ficam com muito gelo ou muito duros, que acabam comprometendo a
segurança dos competidores.
A pontuação da competição de moguls privilegia as
mudanças de direção (turns) e correspondem a 50% do total de pontos, chegando a
um máximo de 15.0 pontos. Já as manobras aéreas (air) correspondem a 25% do
total de pontos, chegando a um máximo de 7.5 pontos. A velocidade com a qual o
trajeto é cumprido equivale a 25% da pontuação total, chegando a um total de
7.5 pontos. Dessa forma, o esquiador pode chegar ao máximo de 30.0 pontos.
Cinco jurados julgam as manobras de mudança de direção, com a maior e menor
notas descartadas, enquanto apenas 2 julgam as manobras aéreas. A velocidade
total é calculada do momento da saída do portão até o momento em que o
esquiador cruza a linha de chegada.
A pontuação total é obtida com a média dos dois
placares da manobra aérea, adicionada aos 3 placares das manobras de mudança de
direção. O placar da velocidade é adicionado ao total do placar dos jurados
para determinar a pontuação final.
A pontuação das mudanças de direção se refere à forma
técnica com que o competidor muda de direção através dos moguls. Refere-se às
mudanças de ritmo em direção da passada para o outro lado da linha de chegada,
utilizando uma técnica agressiva e controlada. O competidor é julgado desde
quando cruza a linha de saída até a linha de chegada. O competidor deve esquiar
na direção da linha de queda para que não haja deduções de desvios da linha de
descida. O completo controle deve ser obtido após cada salto, resultando em
viradas controladas. É importante registrar a direção da aterrissagem. A parte
aérea é pontuada até o retorno do controle; as mudanças de direção começam a
ser pontuadas quando a posição inicial de aterrissagem tem sido mudada, quando
o esqui muda sua direção inicial para uma virada.
Posição do corpo para as curvas esculpidas. Os joelhos
e os pés devem seguir o plano e a rotação da parte de cima das pernas são
mínimas, os pés se mantém abaixo dos ombros e os joelhos se mantêm flexionados.
As pernas devem estar juntas ou numa posição consistente durante a corrida.
Quebradas no balanço e separações na posição são viradas ineficientes. A
angulação da perna controla o raio da curva. Os movimentos devem ser simétricos
e iguais de lado a lado. As voltas devem se ajustar à inclinação da encosta e
ao tamanho e disposição dos moguls. Com relação à parte de cima do corpo, a
cabeça deverá se manter imóvel, de frente para baixo, conforme a descida. O
peito deve permanecer em linha reta e natural, as mãos devem ficar à frente do
corpo, em posição natural. "Pole plants" devem ser leves e naturais e
o movimento dos pulsos (wrist) devem seguir em frente.
As manobras no moguls segue um ranking de excelente, de
4.6 a 5.0, muito bom, de 4.1 a 4.5, terminando em muito pobre, de 0.1 a 1.0
ponto. No trajeto do moguls há deduções de pontos, que vão de 1.5 ponto, que
corresponde á completa parada, até 0.1 a 0.5 ponto, correspondente há pequenos
toques, sem paradas, pequenos deslizes, desvios da linha de descida. A
pontuação na fase aérea é dividida em duas partes, dificuldade e forma. A
manobra será avaliada pela forma de 2.5 pontos com um múltiplo do grau de
dificuldade, baseada na manobra realizada. Os saltos incluem flips, flips
invertidos, loop, rotações, manobras axis, upright (incluem saltos realizados
no axis vertical sem rotação. A forma inclui qualidade do salto e aterrissagem,
postura no ar, sendo altura e distância, espontaneidade (capacidade de manter o
ritmo das viradas antes de cada salto). O máximo de pontos para a forma é 2.5,
com um máximo de 3.75 por salto. A avaliação do salto varia de excelente, de
2.1 a 2.5 a muito pobre, 0.1 a 0.5 pontos. Quedas após os saltos afetam a
pontuação dos saltos, assim como quedas e toques também afetam o placar das
manobras em curvas. Há todo um critério de pontuação com relação ao tipo de
salto executado. A velocidade corresponde a 25% da pontuação, podendo atingir um
máximo de 7.5 pontos. Corresponde ao tempo gasto para completar a corrida. É
considerado desde o momento em que o competidor larga no portão até o momento
em que cruza a linha de chegada. Se houver empate na pontuação de dois esquiadores,
aquele com melhor pontuação nas viradas receberá o melhor ranqueamento.
Persistindo o empate, o competidor com maior pontuação na fase aérea receberá
melhor ranqueamento, se houver empate no tempo, o empate deverá ser mantido. As
falhas nos portões resultará em DNF não término da corrida. O competidor poderá
passar fora da linha do percurso, mas será descontado. Se errar um portão, é
eliminado. Se o competidor perde os esquis, a corrida não é considerada, recebe
um DNF. Se perde a vara, pode resultar em corrida válida se conseguir cruzar a
chegada.
SKI-CROSS
DEFINIÇÃO. É um tipo de competição de Esqui em que os competidores
largam juntos e competem entre si num percurso com rampas e descidas íngremes,
vencendo aquele que chegar em primeiro lugar. É uma competição em que os tempos
dos competidores é medido, mas é considerado parte do Esqui Livre porque
incorpora terrenos apropriados tradicionalmente para as disputas de estilo
livre.
A
estrutura da corrida se desenvolve numa tomada de tempo ou rodada de
qualificação, em que cada competidor desce o percurso que inclui terrenos
naturais e artificiais que dispõem de saltos, giros ou bancos. Após uma tomada
de tempo, os 32 esquiadores mais rápidos competem numa série eliminatória com 4
competidores cada uma. Um grupo de 4 esquiadores começam ao mesmo tempo e
tentam atingir o fim do percurso. Os primeiros dois que cruzam a linha de
chegada avançam para a próxima rodada. As rodadas semifinais e finais
determinam do primeiro ao quarto colocado e do quinto ao oitavo,
respectivamente. Os competidores não podem puxar ou empurrar seus adversários
durante as corridas de eliminação. Qualquer contato intencional com outros
competidores resulta em eliminação ou exclusão da próxima corrida.
HISTÓRIA. O conceito de Ski-Cross originou-se com Jim “Too Tall”
Essick da Recreational Sports Marketing, que no fim dos anos 1980, criou o
conceito que tornaria as disputas de esqui mais emocionantes para o público.
Jim utilizou um sistema parecido ao da NASCAR e da Motocross colocando 4
esquiadores no mesmo curso simultaneamente, levando-os a competir um contra o
outro em percursos que combinavam saltos e portões. Jim e sua parceira de
negócios, Diana Schulz, batizaram a prova como “Quattro Racing”, tentando
vender o conceito a Audi como forma de promover o Audi Quattro. O conceito
também foi vendido para a Swatch Watch, que se interessou no formato de
snowboard, que originou o agora conhecido Boardercross. A Federação Internacional de Esqui recentemente adicionou
as competições de Esqui Cross ao seu calendário e o COI decidiu em novembro de
2006 incluir o Esqui Cross no programa dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010
em Vancouver, Canadá. A
inclusão dos Esqui Cross como uma disciplina do Esqui Livre gerou muitas
críticas por parte dos praticantes de esqui livre, que consideram o Ski Cross
uma disciplina alpina, e não do Esqui Livre. Alegam que a quase totalidade dos
esquiadores de cross vem dos programas alpinos, sendo que muitos países mantém
equipes distintas de estilo livre e de esqui cross. Outra crítica feita foi que
a inclusão do Esqui Cross no programa olímpico foi equivocada e que em seu
lugar deveria ter sido adicionado o esqui halfpipe, esporte cujo praticantes
vem do esqui livre.
SLOPE STYLE E HALFPIPE
Essas novas
provas de Esqui Livre se enquadram na classificação da Nova escola de Esqui,
que é uma forma específica de esquiar que é um subconjunto do Esqui Livre,
embora muitos praticantes o vêem como um esporte independente do estilo livre.
Atualmente, o halfpipe, chamado superpipe, e o Slopestyle são dois dos novos
estilos de Esqui Livre que fazem parte do programa olímpico. O esporte vem
crescendo continuamente desde sua criação na década de 1990. Toda uma
organização industrial foi criada com sua rápida popularização, o que também
gerou um aumento no número de praticantes profissionais, sendo que alguns se
especializam em determinada prova e outros preferem produzir e estrelar vídeos.
Na categoria slopestyle o percurso envolve truques, saltos e as características
próprias do parque do terreno, incluindo calhas, caixas, lanças, escadas e
outros obstáculos. Esta forma de esquiar resultou da combinação do crescimento
da popularidade do snowboard e da progressão do esqui estilo livre. Seus
praticantes geralmente são encontrados em terrenos com parques projetados
especificamente para a modalidade.
ORIGEM. Na
década de 1990 os esquiadores de Estilo Livre estavam desanimados por causas
das restritivas regras impostas pela Federação Internacional de Esqui e começaram
a tentar seus truques em parques que eram mais apropriados para os praticantes
de snowboarding. Estes esquiadores procuraram adotar os movimentos do
snowboarding para seu próprio esporte. As competições de estilo livre
administradas pela Federação Internacional de Esqui possuíam muitas regras
restritivas, que foram se tornando impopulares na crescente comunidade do esqui
e que travaram o desenvolvimento do esporte. Dentre as restrições estavam o
banimento de manobras invertidas no moguls, o limite no número de flips nas
competições em aerials e o baixo número de competições em parques de esqui ou
pipes. O movimento da Nova Escola foi o ponto de ruptura dos esquiadores que
estavam descontentes com a Federação Internacional de Esqui. Mike Douglas, da
New Canadian Air Force, foi um dos principais líderes do novo movimento e as
filmagens em parques tradicionalmente utilizados para o Snowboarding começaram
a dar mais popularidade para a nova modalidade. Mais recentemente, muitos
resorts de esqui tem introduzido parques em que os esquiadores e praticantes
de snowboard podem tentar suas manobras conjuntamente. Os parques geralmente
incluem calhas, caixas, saltos, quadris, quarterpipes e halfpipes. Muitos
esquiadores estão utilizando os recursos urbanos das cidades para executar seus
movimentos. Para realizarem suas manobras os esquiadores se utilizam do
twin-tip ski, que são produzidos em todos os tamanhos e formas e contemplam
esquiadores de todos os estilos e possibilitam esquiar para frente e para trás.
Para o halfpipe, o superpipe, como é conhecida a calha onde ocorrem as
disputas, possuem, geralmente, 6.7 m de altura, 18m de largura e 220m de
comprimento. Em 6 de Abril de 2011 o COI anunciou a adição das competições de
esqui em halfpipe e em slopestyle para os Jogos de Inverno de 2014, a serem
disputados em Sochi, Rússia.
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