terça-feira, 12 de novembro de 2013

ESQUI LIVRE - HISTÓRICO E GENERALIDADES



DEFINIÇÃO. O Esqui Livre é uma forma de esquiar que originalmente englobava o aerials, o moguls e o balet com esquis. Atualmente, continua incluindo as disciplinas de aerials e moguls, mas ainda acrescentou as disputas de skicross, half-pipe e slope Style. Todas elas fazem parte do programa olímpico.
ORIGEM. O esqui Livre começou a ser praticado seriamente nos anos 1960 e início dos anos 1970. Bob Burns foi pioneiro neste estilo em Sun Valley, Idaho, no começo de 1965. No final dos anos 1960, outros seguidores do novo estilo incluíram Wayne Wong, Flyinn Eddie Ferguson, Tom Leroy, dentre outros. Algumas pessoas acreditavam que este estilo de esquiar era muito perigoso e não o desejaram no programa olímpico. Havia poucas regras e muito perigo nas acrobacias, fazendo com que contusões nos joelhos, principalmente, fossem algo comum entre os profissionais. A Federação Internacional de Esqui reconheceu o estilo livre como esporte em 1979 e trouxe novas regulamentações com relação aos atletas e técnicas de salto, com o objetivo de diminuir os elementos mais perigosos nas competições. O primeiro série da Copa do Mundo foi disputada em 1980 e o primeiro campeonato mundial ocorreu em  1986, em Tignes, França. O esqui Livre foi esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos de 1988, em Calgary, no Canadá, mas ingressou como esporte oficial já em 1992, em Albertville, França porém apenas com a disputa em moguls. Em 1994, em Lillehammer, Noruega, as competições de aerials passaram a integrar o programa olímpico. Nos anos 1990, um grupo de esquiadores inovaram ao levar os esquis para os parques de snowboarding. Eles ajudaram a desenvolver alguns tipos de manobras e também aproximaram as empresas com um tipo de design de esquis com um sistema de ponta dupla, que permitia ao usuário esquiar normalmente ou para trás. Atualmente, o esqui livre apresenta duas vertentes, uma mais tradicional, com o moguls e o aerials, e outra chamada de nova escola, englobando o half-pipe, o "big air", o "slopestyle" e a grande-montanha ou esqui-livre. Esse novo estilo de esqui livre, em virtude de sua crescente popularidade, levou ao surgimento de várias empresas que desenvolveram artigos esportivos apropriados para a prática.
HISTÓRIA. O Esqui Livre se iniciou nos anos 1930, quando esquiadores noruegueses começaram a fazer acrobacias durante treinamentos de esqui alpino e de cross-country. Posteriormente, exibições profissionais, não-competitivas, nos Estados Unidos incluíram performances que posteriormente seriam chamadas de estilo livre. Por volta de 1950, o esquiador norueguês Stein Eriksen, campeão olímpico, desenvolveu o esqui aéreo. As competições organizadas de esqui livre começaram a ocorrer em campos de mogul, um terreno naturalmente com protuberâncias que permitiam aos esquiadores mostrar grandes habilidades com manobras, saltos e giros. Em 1971, em Aspen, Colorado, uma pequena competição de mogul foi realizada no legendário "Ridge of Bell", um dos mais desafiantes percursos de mogul no país. O esporte cresceu rapidamente e em 1973, em Sun Valley, Idaho, o primeiro campeonato dos Estados Unidos de Estilo Livre ocorreu, com John Clendenin sagrando-se campeão. Em 1975 havia duas organizações administrando disputas de Esqui Livre, a Professional Freestyle Associates e a Freestyle Skiers Association. Os melhores atletas do mundo passaram a disputar competições no aerials, no moguls e no balet nos EUA, Canadá e Europa. Um comercial televisivo feito pela Pepsi, com Wayne Wong fazendo manobras, deu ao esporte uma grande e instantânea exposição. Em 1975, em Snowbird, Utah, abrigou o campeonato mundial de estilo livre e a ABC televisionou o evento patrocinado pela Chevrolet e outras companhias. O evento atraiu mais espectadores, assim como representou um ponto de mudança com o surgimento de vários jovens talentos e também com as mulheres aderindo à modalidade.

FORMAS

AERIALS


A competição aérea consiste em dois diferentes saltos acrobáticos de um salto preparado, ressaltando a decolagem, a altura e distância (referidos como "ar"), forma adequada, execução e precisão do movimento (referido como "forma") e aterrissagem. A primeira parte, chamada ar, corresponde a 20% da pontuação, a segunda, a forma, corresponde a 50%, e a aterrissagem equivale a 30%. A pontuação é dada por 5 jurados, sendo descontada a maior e a menor nota e somada as demais. O air deve ser avaliado com base na saída da rampa (forma como o salto é iniciado), altura e distância (são produto da velocidade para o salto e força da saída da rampa) do salto do competidor. Também inclui altura e inclinação e distância da aterrissagem. A pontuação é dividida em dois, 10% para a avaliação técnica da saída e 10% para a altura e distância. A forma do salto, que corresponde a 50% da pontuação, inclui a posição do corpo, dos esquis, dos braços, mãos e/ou varas enquanto no ar. É a forma como cada competidor executa cada manobra. Deve ser avaliada conforme a precisão, balanço, mecânica, estabilidade no ar, separação e duração da manobra em relação ao ápice do salto. A forma é julgada desde o momento que o esqui do competidor começa a deixar a rampa até o momento em que o competidor toca a neve. A aterrissagem corresponde a 30% do valor total do salto. Uma aterrissagem apropriada envolve uma posição corporal balanceada, estável e controlada. O competidor deve demonstrar precisão e graça com um mínimo de interrupção do contato com a superfície de aterrissagem. O amortecimento deve ser feito inicialmente com os joelhos e o corpo baixo com somente uma leve curvatura na cintura. A avaliação da aterrissagem começa imediatamente quando o competidor toca a neve e continua até o momento em que o competidor demonstra suficiente controle do esqui. A aterrissagem consiste de duas partes, da aterrissagem propriamente dita, ou seja, da posição do corpo em relação à inclinação da rampa de aterrisagem, o contato do esqui com a neve no impacto bem como na absorção do corpo para retornar a uma posição neutra, valendo um máximo de 2.0 pontos, e a saída da aterrissagem seguindo o contato, impacto e absorção com a neve, valendo um máximo de 1,0 ponto.    
As rampas possuem de 2 a 4 metros de altura e lançam os competidores a até 6 metros de altura no ar, que pode ser até cerca de 20m em relação à rampa de aterrissagem, que possui de 34 a 39 graus de inclinação e cerca de 30 metros de comprimento. Os esquiadores são julgados num cumulativo placar de dois saltos.  


MOGULS



A competição de moguls consiste de uma descida de esqui livre num percurso íngreme, fortemente com protuberâncias, destacando curvas técnicas, manobras aéreas e velocidade. Os moguls são uma série de protuberâncias num percurso formado quando os esquiadores empurram a neve para formar montes ou pilhas de neve. Eles podem ser construídos num declive para competições de esqui livre ou treino. Uma vez formado, o mogul tende a crescer uma vez que os esquiadores seguem caminhos semelhantes ao seu redor, aumentando ainda mais os sulcos ao seu redor. A maioria das pistas são preparadas com pouca freqüência ou deixadas sem qualquer preparo para permitir que os moguls se desenvolvam. Essas pistas geralmente são íngremes. Porém, há casos em que os moguls são preparados porque ficam tão íngremes e grandes que impossibilitam a prática do esqui livre ao seu redor. Outro caso que exige preparo ocorre quando os moguls ficam com muito gelo ou muito duros, que acabam comprometendo a segurança dos competidores.
A pontuação da competição de moguls privilegia as mudanças de direção (turns) e correspondem a 50% do total de pontos, chegando a um máximo de 15.0 pontos. Já as manobras aéreas (air) correspondem a 25% do total de pontos, chegando a um máximo de 7.5 pontos. A velocidade com a qual o trajeto é cumprido equivale a 25% da pontuação total, chegando a um total de 7.5 pontos. Dessa forma, o esquiador pode chegar ao máximo de 30.0 pontos. Cinco jurados julgam as manobras de mudança de direção, com a maior e menor notas descartadas, enquanto apenas 2 julgam as manobras aéreas. A velocidade total é calculada do momento da saída do portão até o momento em que o esquiador cruza a linha de chegada.
A pontuação total é obtida com a média dos dois placares da manobra aérea, adicionada aos 3 placares das manobras de mudança de direção. O placar da velocidade é adicionado ao total do placar dos jurados para determinar a pontuação final.
A pontuação das mudanças de direção se refere à forma técnica com que o competidor muda de direção através dos moguls. Refere-se às mudanças de ritmo em direção da passada para o outro lado da linha de chegada, utilizando uma técnica agressiva e controlada. O competidor é julgado desde quando cruza a linha de saída até a linha de chegada. O competidor deve esquiar na direção da linha de queda para que não haja deduções de desvios da linha de descida. O completo controle deve ser obtido após cada salto, resultando em viradas controladas. É importante registrar a direção da aterrissagem. A parte aérea é pontuada até o retorno do controle; as mudanças de direção começam a ser pontuadas quando a posição inicial de aterrissagem tem sido mudada, quando o esqui muda sua direção inicial  para uma virada.



Posição do corpo para as curvas esculpidas. Os joelhos e os pés devem seguir o plano e a rotação da parte de cima das pernas são mínimas, os pés se mantém abaixo dos ombros e os joelhos se mantêm flexionados. As pernas devem estar juntas ou numa posição consistente durante a corrida. Quebradas no balanço e separações na posição são viradas ineficientes. A angulação da perna controla o raio da curva. Os movimentos devem ser simétricos e iguais de lado a lado. As voltas devem se ajustar à inclinação da encosta e ao tamanho e disposição dos moguls. Com relação à parte de cima do corpo, a cabeça deverá se manter imóvel, de frente para baixo, conforme a descida. O peito deve permanecer em linha reta e natural, as mãos devem ficar à frente do corpo, em posição natural. "Pole plants" devem ser leves e naturais e o movimento dos pulsos (wrist) devem seguir em frente. 
As manobras no moguls segue um ranking de excelente, de 4.6 a 5.0, muito bom, de 4.1 a 4.5, terminando em muito pobre, de 0.1 a 1.0 ponto. No trajeto do moguls há deduções de pontos, que vão de 1.5 ponto, que corresponde á completa parada, até 0.1 a 0.5 ponto, correspondente há pequenos toques, sem paradas, pequenos deslizes, desvios da linha de descida. A pontuação na fase aérea é dividida em duas partes, dificuldade e forma. A manobra será avaliada pela forma de 2.5 pontos com um múltiplo do grau de dificuldade, baseada na manobra realizada. Os saltos incluem flips, flips invertidos, loop, rotações, manobras axis, upright (incluem saltos realizados no axis vertical sem rotação. A forma inclui qualidade do salto e aterrissagem, postura no ar, sendo altura e distância, espontaneidade (capacidade de manter o ritmo das viradas antes de cada salto). O máximo de pontos para a forma é 2.5, com um máximo de 3.75 por salto. A avaliação do salto varia de excelente, de 2.1 a 2.5 a muito pobre, 0.1 a 0.5 pontos. Quedas após os saltos afetam a pontuação dos saltos, assim como quedas e toques também afetam o placar das manobras em curvas. Há todo um critério de pontuação com relação ao tipo de salto executado. A velocidade corresponde a 25% da pontuação, podendo atingir um máximo de 7.5 pontos. Corresponde ao tempo gasto para completar a corrida. É considerado desde o momento em que o competidor larga no portão até o momento em que cruza a linha de chegada. Se houver empate na pontuação de dois esquiadores, aquele com melhor pontuação nas viradas receberá o melhor ranqueamento. Persistindo o empate, o competidor com maior pontuação na fase aérea receberá melhor ranqueamento, se houver empate no tempo, o empate deverá ser mantido. As falhas nos portões resultará em DNF não término da corrida. O competidor poderá passar fora da linha do percurso, mas será descontado. Se errar um portão, é eliminado. Se o competidor perde os esquis, a corrida não é considerada, recebe um DNF. Se perde a vara, pode resultar em corrida válida se conseguir cruzar a chegada.   


     
SKI-CROSS


DEFINIÇÃO. É um tipo de competição de Esqui em que os competidores largam juntos e competem entre si num percurso com rampas e descidas íngremes, vencendo aquele que chegar em primeiro lugar. É uma competição em que os tempos dos competidores é medido, mas é considerado parte do Esqui Livre porque incorpora terrenos apropriados tradicionalmente para as disputas de estilo livre.
A estrutura da corrida se desenvolve numa tomada de tempo ou rodada de qualificação, em que cada competidor desce o percurso que inclui terrenos naturais e artificiais que dispõem de saltos, giros ou bancos. Após uma tomada de tempo, os 32 esquiadores mais rápidos competem numa série eliminatória com 4 competidores cada uma. Um grupo de 4 esquiadores começam ao mesmo tempo e tentam atingir o fim do percurso. Os primeiros dois que cruzam a linha de chegada avançam para a próxima rodada. As rodadas semifinais e finais determinam do primeiro ao quarto colocado e do quinto ao oitavo, respectivamente. Os competidores não podem puxar ou empurrar seus adversários durante as corridas de eliminação. Qualquer contato intencional com outros competidores resulta em eliminação ou exclusão da próxima corrida.
HISTÓRIA. O conceito de Ski-Cross originou-se com Jim “Too Tall” Essick da Recreational Sports Marketing, que no fim dos anos 1980, criou o conceito que tornaria as disputas de esqui mais emocionantes para o público. Jim utilizou um sistema parecido ao da NASCAR e da Motocross colocando 4 esquiadores no mesmo curso simultaneamente, levando-os a competir um contra o outro em percursos que combinavam saltos e portões. Jim e sua parceira de negócios, Diana Schulz, batizaram a prova como “Quattro Racing”, tentando vender o conceito a Audi como forma de promover o Audi Quattro. O conceito também foi vendido para a Swatch Watch, que se interessou no formato de snowboard, que originou o agora conhecido Boardercross. A Federação Internacional de Esqui recentemente adicionou as competições de Esqui Cross ao seu calendário e o COI decidiu em novembro de 2006 incluir o Esqui Cross no programa dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 em Vancouver, Canadá. A inclusão dos Esqui Cross como uma disciplina do Esqui Livre gerou muitas críticas por parte dos praticantes de esqui livre, que consideram o Ski Cross uma disciplina alpina, e não do Esqui Livre. Alegam que a quase totalidade dos esquiadores de cross vem dos programas alpinos, sendo que muitos países mantém equipes distintas de estilo livre e de esqui cross. Outra crítica feita foi que a inclusão do Esqui Cross no programa olímpico foi equivocada e que em seu lugar deveria ter sido adicionado o esqui halfpipe, esporte cujo praticantes vem do esqui livre.      


SLOPE STYLE E HALFPIPE


Essas novas provas de Esqui Livre se enquadram na classificação da Nova escola de Esqui, que é uma forma específica de esquiar que é um subconjunto do Esqui Livre, embora muitos praticantes o vêem como um esporte independente do estilo livre. Atualmente, o halfpipe, chamado superpipe, e o Slopestyle são dois dos novos estilos de Esqui Livre que fazem parte do programa olímpico. O esporte vem crescendo continuamente desde sua criação na década de 1990. Toda uma organização industrial foi criada com sua rápida popularização, o que também gerou um aumento no número de praticantes profissionais, sendo que alguns se especializam em determinada prova e outros preferem produzir e estrelar vídeos. Na categoria slopestyle o percurso envolve truques, saltos e as características próprias do parque do terreno, incluindo calhas, caixas, lanças, escadas e outros obstáculos. Esta forma de esquiar resultou da combinação do crescimento da popularidade do snowboard e da progressão do esqui estilo livre. Seus praticantes geralmente são encontrados em terrenos com parques projetados especificamente para a modalidade.



ORIGEM. Na década de 1990 os esquiadores de Estilo Livre estavam desanimados por causas das restritivas regras impostas pela Federação Internacional de Esqui e começaram a tentar seus truques em parques que eram mais apropriados para os praticantes de snowboarding. Estes esquiadores procuraram adotar os movimentos do snowboarding para seu próprio esporte. As competições de estilo livre administradas pela Federação Internacional de Esqui possuíam muitas regras restritivas, que foram se tornando impopulares na crescente comunidade do esqui e que travaram o desenvolvimento do esporte. Dentre as restrições estavam o banimento de manobras invertidas no moguls, o limite no número de flips nas competições em aerials e o baixo número de competições em parques de esqui ou pipes. O movimento da Nova Escola foi o ponto de ruptura dos esquiadores que estavam descontentes com a Federação Internacional de Esqui. Mike Douglas, da New Canadian Air Force, foi um dos principais líderes do novo movimento e as filmagens em parques tradicionalmente utilizados para o Snowboarding começaram a dar mais popularidade para a nova modalidade. Mais recentemente, muitos resorts de esqui tem introduzido parques em que os esquiadores e praticantes de snowboard podem tentar suas manobras conjuntamente. Os parques geralmente incluem calhas, caixas, saltos, quadris, quarterpipes e halfpipes. Muitos esquiadores estão utilizando os recursos urbanos das cidades para executar seus movimentos. Para realizarem suas manobras os esquiadores se utilizam do twin-tip ski, que são produzidos em todos os tamanhos e formas e contemplam esquiadores de todos os estilos e possibilitam esquiar para frente e para trás. Para o halfpipe, o superpipe, como é conhecida a calha onde ocorrem as disputas, possuem, geralmente, 6.7 m de altura, 18m de largura e 220m de comprimento. Em 6 de Abril de 2011 o COI anunciou a adição das competições de esqui em halfpipe e em slopestyle para os Jogos de Inverno de 2014, a serem disputados em Sochi, Rússia.   



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